Home - Opinião - A insegurança

Este verão o país entregou-se à insegurança. O aumento da criminalidade violenta e a cada vez maior sofisticação empregue na prática criminal são muito alarmantes, não devendo merecer, no meu entender, a desatenção de ninguém.

A insegurança

Esta realidade social que vivemos é sinónimo de um país em queda económica, desorientado politicamente e mal estruturado na protecção social que vai oferecendo. Cenário que vai exigindo a cada vez maior presença e proposta da classe política, sob pena de o país falir socialmente.

Contudo, no meio de todos os tiros, roubos e assassinatos continua a prevalecer o silêncio idiota do Primeiro-ministro e a mudez irritante da líder do maior partido da oposição. Já ninguém percebe o seu silêncio!!! Não há táctica política ou objectivo partidário que possa justificar que um primeiro-ministro ignore a realidade e que um líder da oposição não se apresente a sugerir diferente.

É demasiado patético e o PSD deixa todo o espaço mediático, que tem de ser preenchido, para a oposição à liderança. Estou em crer, a continuar assim, que o país não perdoará ao Eng. José Sócrates e à Dra. Manuela Ferreira Leite o silêncio em que teimam. Como qualquer dia, a classe que trabalha e paga impostos em Portugal não perdoa é a nenhum político o silêncio e ignorância em que tantas e tantas vezes insistem.

Ninguém percebe que vejamos a policia, nas demoníacas actuações da ASAE, a entrar em feiras populares portuguesas de metralhadora em riste e de cara tapada para prender o coitado que vende umas camisas com um mal falsificado lagarto da “Lacoste”, como se fosse ele o grande criminoso que alarma o país e como se ninguém soubesse que o raio da camisa é falsa.

A desproporção dos meios e da actuação é tão gritante e patética, quando comparada com a dimensão do crime, que a polícia acaba a perder a credibilidade e prestigio de que tanto precisa. Ninguém percebe que perante tão grave onda de assaltos e crime organizado o governo não apresente novas, concretas e eficazes medidas que ajudem a inverter a situação.

Como não se entende que muitos daqueles que têm dinheiro para adquirir armas e a quem o estado persegue e prende pela sua ilegal posse façam parte dos 334 mil pessoas que recebem o Rendimento Social de Inserção e dos 561 mil pessoas que se acham desempregados e a quem o mesmo Estado todos os meses entrega um “ordenado”.

Ninguém percebe, a começar pela polícia, que hoje se prenda o criminoso e amanhã ele esteja em liberdade, como não se percebe que, em Portugal, se possa ser Juiz tão depressa e tão novo, para mais sem esse grande curso que se chama experiência de vida.

Ninguém percebe que o governo invista em tudo o que é equipamento para a polícia sacar mais umas pesadas multas ao automobilista e não seja capaz de investir em simples colectes à prova de bala, em armas modernas e em preparação policial.

Não sou daqueles que pede mais homens para a polícia, que isso vai-nos pesar a todos no bolso num país onde os impostos já são por demais excessivos, mas sou daqueles que pede homens mais bem preparados. E que ninguém se convença que a polícia portuguesa é aquela que vimos actuar no recente assalto a um banco, porque essa é a elite da polícia portuguesa.

A polícia média em Portugal não tem meios e também, na maioria dos casos, não tem muita vontade. Contudo, o que espanta no meio de tudo isto, é o silêncio do Eng. Sócrates e da Dra. Ferreira Leite.

*Jurista

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