Ana Saltão, que ontem foi absolvida, pode retomar hoje “na sua plenitude, [as] funções na PJ”. O juiz-presidente João Ferreira deu assim por concluído o processo que colocava a inspectora da Polícia Judiciária como principal suspeita da morte a tiro da avó do marido. Ana Saltão pode agora retomar ao trabalho que deixara em 2012.
“Se há um erro clamoroso, não há nenhum motivo para que não possa voltar a exercer a sua profissão”, declarou a sua advogada Mónica Quintela aos jornalistas, à saída da sala de audiências do Palácio da Justiça de Coimbra.
A inspectora estava acusada de assassinar Filomena Gonçalvez com 14 tiros. O Tribunal de Coimbra, porém, concluiu “que é muito reduzida a probabilidade da arguida ter cometido os crimes que lhe são imputados, todas as condicionantes supra expostas não permitem, por outro lado, que se possa concluir com toda a certeza que os mesmos não foram por esta praticados”.
O Ministério Público (MP) anunciou, entretanto, que vai avançar com um recurso da decisão do juiz. Enquanto isso, a advogada de Ana Saltão admite que, depois de a decisão judicial transitar em julgado, avançará com um pedido de indemnização ao Estado para que a sua cliente seja ressarcida dos danos morais e materiais que alegadamente sofreu enquanto durou o processo contra si.