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João Paulo Albuquerque

Antiga sabedoria, moderna ignorância. Autor: João Paulo Albuquerque

“ (…) Fizeram-se reis para os homens, e não os homens para os reis; se os homens escolhem chefes, é para viverem confortavelmente ao abrigo da violência e do insulto; o dever mais sagrado do príncipe é pensar na felicidade do povo antes de pensar na própria. (…) A dignidade real não consiste em reinar sobre mendigos, mas sobre homens livres e felizes (…) ”

“ (…) Vivei em conformidade com a justiça, fazei corresponder as vossas despesas aos vossos proventos, dominai a corrente do vício, criai instituições benéficas que, prevendo o mal, o façam abortar no germe, em vez de criar suplícios contra desgraçados que uma legislação absurda e bárbara leva ao crime e à morte (…) “

                                                                                                                                                                                         (Rafael Hitlodeu, in Utopia)

Rafael Hitlodeu acompanhou Américo Vespúcio em três das suas quatro viagens. Na última, Vespúcio, quando chegou ao Brasil, teve que voltar para Lisboa, por ter perdido o seu navio almirante. No entanto, o capitão acedeu ao seu pedido, deixando-o ficar no Novo Mundo juntamente com mais 23 homens, num forte construído a dezoito graus a sul do equador. A partir daí, empreendeu uma incrível viagem para Oeste com mais cinco companheiros espanhóis, tendo alcançado a Taprobana. O Professor George Parks, do Departamento de Geografia da Universidade de Washington, diz que Hitlodeu terá sido “o primeiro europeu a circum-navegar o globo, antecedendo a viagem de Magalhães em cerca de uma década”.

A narrativa deste “filósofo social” português conheceu a luz do dia através do livro de Thomas Moore “Sobre o melhor estado de uma república e sobre a nova ilha Utopia”, ficando mais conhecido simplesmente por “Utopia”. Foi publicado em 1516.

Os conselhos de Hitlodeu influenciaram, entre outros, os filósofos Georg Hegel e Karl Marx. No entanto, é praticamente desconhecido dos portugueses que preferem saber quem é que trouxe a troika para Portugal (como se houvesse outras instituições que nos emprestassem o dinheiro que precisávamos), quem mais alto fala para ganhar os debate políticos (mesmo que não conheçam o que estão a debater), ou até o que come em sua casa (ou da ex-mulher) o ex-primeiro ministro, em prisão domiciliária. De pouco serviu os alvitres que nos deixou Rafael pois chegamos a um país em que todo o espectro social, político e humano não comunga dos arbitres legados. Chefes que não sabem mandar, lideres que não sabem liderar, juízes que não sabem julgar e padres que não sabem pregar, chegam aos seus cargos, subindo a escada do sistema criado, com a anuência dos que obedecem, dos que seguem e dos que são julgados. No final, o Senhor a todos perdoa.

Se o país é assim, não admira que neste concelho se admita a constante negação da Lei, se admita a constante negação da informação e a constante negação da Democracia.

Ainda não tinha acabado a Expoh 2015, já o presidente do município prometia um programa para a Expoh 2016, esquecendo-se que ainda não apresentou as contas da Expoh 2014. Nas águas, renovou por mais um ano os contratos com a equipa multidisciplinar, aumentando inclusive os seus ordenados; não deixou de renovar, também, por mais um ano com a empresa H2Org que os assiste, continuando porém a existir uma dezena de números para o inexplicado resultado contabilístico de 2014. Relativamente ao urbanismo, contrata para auxiliar ou liderar o PEDU municipal uma empresa constituída por dois jovens com o curso de turismo de Seia e cujo único contrato com entidades púbicas, antes da nossa CMOH foi com a ADIRAM (também de Seia), sendo aí esse contrato no âmbito do turismo.

Quanto à Fundação D. Maria Emília Vasconcelos Cabral Metelo, o vereado João Ramalhete comunicou ao Sr. Presidente, na reunião de câmara de seis de agosto, que no dia anterior tinha, mais uma vez, enviado um ofício a informar o presidente da referida fundação que tinha sido nomeado pelo edil para membro do Conselho de Administração, situação que já se repete desde o passado dia 6 de Maio. Porém, é do conhecimento público (como o presidente tem cerca de 50 pessoas a tratar da correspondência), que várias cartas enviadas anteriormente à Fundação, foram devolvidas. Estranho é que o vereador João Ramalhete se encontra em muitas festas e feiras com o antigo cicerone, agora funcionário com responsabilidades, podia, pura e simplesmente, entregar uma cópia do comunicado em mãos, pois as funções e obrigações desse empregado perante a instituição obrigam-no a receber e a fazer chegar as comunicações ao presidente, que normalmente está ausente.

Também na praça pública se consta que a população de Travanca não está nada satisfeita com a possível decisão de utilização do seu antigo lar para receber e albergar refugiados…Espero que se trate esta situação com a devida delicadeza e diplomacia.

Já pelas entidades concelhias, cabe dar os parabéns à Fundação Aurélio Amaro Dinis por disponibilizar os seus serviços na ajuda à complicada situação do Centro de Saúde que precisa de médicos.

Também preocupante é a situação da BLC3 que, teimando em levar para a frente o projecto Biorefina-Ter, no intuito de trazer para cá 125 milhões de euros e criar entre 250 a 290 postos de trabalho, tirou de Lagares da Beira o “elefante branco” da “ACIBEIRA” e criou um outro elefante bem mais caro desta vez cor-de-rosa, bastando ler o último relatório do grupo de trabalho da biomassa para se saber que o projecto não vai funcionar. Sabemos que até Junho deste ano adjudicaram 2.182.314,02 euros e, com o ano passado, as adjudicações totalizaram 3.165.130,86€, tendo António Campos e João Nunes decidido e assinado contratos de adjudicação superiores ao fundo de 3,018 milhões de euros, referentes ao projecto “Centro Bio”, que lhes foi aprovado para a criação de um centro tecnológico. Vamos ver em quanto fica a factura final.

Anunciei aqui no passado dia 22 de Junho que a esposa do vereador Nuno Ribeiro tinha sido admitida nos quadros da ARCIAL sem que tenha sofrido contestação. Não se compreende o porquê de terem colocado o contrato que a liga ao Programa Operacional Potencial Humano na base do governo no dia vinte de novembro de 2014, obrigando que o contrato acabe somente em 20/11/2015. Resta saber se a senhora é neste momento uma funcionária da instituição com um contrato paralelo.

Como tenho um credo mariano e muita fé na Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rezei para que a nossa Pátria tenha mais e melhores patriotas e que o nosso concelho tome o merecido rumo para bem de todos os munícipes.

João Paulo AlbuquerqueAutor: João Paulo Albuquerque

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