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António Arnaut considera ter chegado o momento para se “refazer a República”

“Temos agora as condições para fazer a República dos direitos civis, políticos e sociais”, afirmou há instantes o antigo Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, quando dava por concluída a palestra alusiva ao tema “Maçonaria e República” em que participou no auditório da Caixa de Crédito de Oliveira do Hospital, numa organização conjunta da Escola Secundária e Câmara Municipal.

Para uma plateia composta maioritariamente por jovens estudantes, o conhecido político, advogado e escritor português explicou a importância que a maçonaria teve na implantação da República em Portugal e, numa altura em que estão volvidos 100 anos, alertou para a necessidade de se dar continuidade à República, porque “a República não são apenas os direitos políticos e liberdade”.

Para António Arnaut é preciso fazer a República “dos direitos sociais, do direito à saúde, ao trabalho e à habitação tal como consta da Constituição resultante do 25 de Abril”. Entendendo que em Portugal se vive um período de democracia, o conhecido pai do Serviço Nacional de Saúde considera estarem, agora, reunidas as condições para se “refazer a República”.

“Cabe aos jovens continuar a República, mas não vazia de conteúdo, que seja realmente Res Publica e que seja o governo do povo e para o povo”, sustentou Arnaut, defendendo uma República que “seja democracia autêntica, respeitando as diferentes opiniões”.

Atribuindo a responsabilidade da conquista da República “ao patriotismo daqueles que há quase dois séculos a começaram a imaginar com a revolução liberal de 1820 e aos republicanos que continuaram os seus ideais”, António Arnaut destacou também “o papel importante da Maçonaria”, enquanto instituição regida pelos valores da “liberdade, igualdade e fraternidade” e da qual faziam parte importantes figuras do Partido Republicano.

Dando conta da obrigatoriedade de aquela “corrente democrática” não se intrometer nos assuntos políticos e religiosos, o assumido maçon explicou os moldes em que a maçonaria se envolveu na implantação da República em Portugal.

“A situação do país era muito decadente”, começou por sublinhar, explicando que na ocasião a maçonaria era frequentada pelas principais figuras do Partido Republicano. “Ser maçon era ser republicano”, frisou Arnaut dando conta da partilha de valores que marcavam a maçonaria e aquele partido.

“As grandes reformas do nosso país foram feitas de inspiração maçónica, incluindo o Serviço Nacional de Saúde”

Para além do contributo dado pela maçonaria na conquista da República, o antigo Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano chamou, também, a atenção para o facto de aquela “corrente democrática” ter dado ao país “os grandes vultos que fizeram a história”.

“Podemos dizer que as grandes reformas do nosso país foram feitas de inspiração maçónica, incluindo o Serviço Nacional de Saúde”, sublinhou.

Presente na abertura da palestra, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital elogiou o homem que, hoje, teve oportunidade de conhecer pessoalmente, mas que já conhecia enquanto “pai do Serviço Nacional de Saúde”.

“As taxas simbólicas que hoje pagamos nos hospitais e centros de saúde devem-se a este senhor”, referiu José Carlos alexandrino, especificando que “aquilo que os americanos discutem hoje”, foi colocado “na lei do nosso país em 1978” por António Arnaut.

“Temos aqui um homem muito importante, que deu o contributo para que hoje haja saúde para pobres e ricos em igualdade de circunstâncias”, frisou. O autarca de Oliveira do Hospital teve ainda a oportunidade para elogiar a atitude “crítica” de António Arnaut, entendendo que “um país, um concelho e uma região se fazem pela análise crítica e pela discussão”.

Também a direcção da Escola Secundária considerou “um privilégio” a presença de António Arnaut em Oliveira do Hospital. Cristina Borges destacou ainda o facto de este ano, fruto de uma parceria com a Câmara Municipal, ser possível aos alunos contactarem de perto com “importantes personalidades”, portuguesas.

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