O primeiro-ministro, António Costa participou hoje em Mortágua, distrito de Viseu, na cerimónia de assinatura do contrato para a empreitada de requalificação de um dos troços do IP3, que liga Viseu a Coimbra. O documento assinado hoje diz respeito à intervenção entre o nó de Penacova e o nó da Lagoa Azul, orçada em 11,8 milhões de euros e que terá um prazo de execução de 330 dias.
O líder do executivo considerou que a reabilitação do IP3 e a criação de perfil de auto-estrada em 85 por cento daquela via é uma empreitada com uma “dimensão muito importante”, sendo “estruturante” para as regiões de baixa densidade, ligando duas das principais cidades da região Centro. “É uma peça muito importante na revitalização do Interior, um dos grandes desafios do país”, notou.
Essa revitalização, vincou António Costa, não pode ser feita apenas com infra-estruturas, sendo também importante garantir a atracção de empresas, pois “só o emprego fixa e atrai população”. Nesse sentido, considera necessário, criar “melhores condições para aproximar” a oferta e a procura de emprego, apontando para casos de concelhos onde há mais desempregados, mas menos oferta, e outros, nomeadamente no interior, que têm dificuldade em encontrar pessoas para dar resposta às empresas que se vão instalando.
“Há empresas que precisam de contratar pessoal e muitas pessoas que sofrem de desemprego e procuram emprego. Temos que fazer coincidir este movimento”, referiu, apontando para o programa do Governo “Chave na Mão”, como uma solução para facilitar a mobilidade habitacional de famílias residentes em áreas urbanas que pretendam viver no interior do país.
“É fundamental que todos nos mobilizemos para esta causa, porque não nos podemos lembrar do interior só quando chegamos ao Verão e a tragédia dos incêndios alerta o país para o abandono destas regiões e para a dependência excessiva” desses territórios, relativamente à fileira florestal, disse António Costa, adiantando que o Governo tem criado condições para que “a revitalização do Interior não seja uma soma de palavras, mas que possa traduzir-se num conjunto de actos que transformem efectivamente o território”. E apontou para exemplos de medidas, como a melhoria de infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, apoios para as empresas se instalarem em territórios de baixa densidade e um melhor tratamento fiscal para as mesmas.