O presidente que, no ano passado, foi demitido da liderança da Assembleia Municipal (AM) de Oliveira do Hospital declinou o convite que lhe foi enviado pelo município para participar nas cerimónias de comemoração do 41.º Aniversário do 25 de Abril. António Lopes recusa-se a participar por entender que autarquia oliveirense tem práticas que contrariam o espírito da data que colocou um ponto final na ditadura em Portugal.
“Após a aprovação do novo regimento da Assembleia Municipal, considero terem sido abolidos elementos básicos da democracia local, como a supressão do relatório do direito da oposição, a supressão do Conselho Municipal de Segurança e mais 25 cláusulas que enformam o edifício democrático e os poderes de acompanhamento e fiscalização por parte da Assembleia Municipal”, justifica o homem que foi eleito para liderar a Assembleia Municipal”, acrescentando ainda que, perante isto, não poderia participar. “Naturalmente, não posso, com a minha presença, legitimar um simulacro de democracia e liberdade que se pretende comemorar, a exemplo e em consonância, de resto, com a posição da Associação 25 de Abril, e de todos os verdadeiros democratas”, remata.
No ano passado, recorde-se, António Lopes, ainda presidente do principal órgão do município, também não compareceu nas cerimónias de comemoração da revolução dos cravos. No dia seguinte foi destituído, num processo polémico que está para ser decidido pelos tribunais, uma vez que António Lopes considera que a sua destituição foi ilegal.