Home - Politica - “Ao fim de quatro anos o senhor presidente da Câmara resolveu incompatibilizar-se com a minha pessoa e prejudicou uma freguesia inteira”

“Ao fim de quatro anos o senhor presidente da Câmara resolveu incompatibilizar-se com a minha pessoa e prejudicou uma freguesia inteira”

A frase foi proferida esta sexta-feira, na assembleia municipal, pelo presidente da Junta de Freguesia de Aldeia das Dez, que não deixou de sublinhar que “em democracia isso não devia ter acontecido”.  

Considerando que “não adianta andar a enganar o povo”, António Dinis – o autarca do PSD já tinha anunciado há uns meses a sua intenção de não se recandidatar a um novo mandato –, lamentou que o executivo camarário do PSD não lhe tivesse dado “condições para trabalhar” e despediu-se, assim, da política.

Invocando um conjunto de situações que ficaram por resolver numa das mais belas freguesias do concelho de Oliveira do Hospital, como o caso das “fossas a céu aberto”, António Dinis lamentou que o presidente da Câmara se tenha esquecido de entregar à Irmandade da Nossa Senhora das Preces “um subsídio prometido em 2007”, e que se traduzia num apoio à recuperação das capelas – com imagens em tamanho natural – do santuário de Aldeia das Dez.

“Sentimo-nos muito defraudados”, referiu aquele membro da Assembleia Municipal, que aproveitou o tema para questionar o parágrafo de uma carta que o candidato do PSD às eleições autárquicas, Mário Alves, fez chegar a todas as caixas do correio, e no qual diz nunca ter enganado os oliveirenses.

Dinis terminou a sua intervenção, deixando um recado ao presidente da Câmara, que preferiu ignorar as críticas do autarca de Aldeia das Dez. “O que o 25 de Abril nos trouxe, deverá ser respeitado”, advertiu.

“O que dói é que há obra feita” 

Em sentido completamente inverso, interveio entretanto o presidente da Junta de Freguesia de S. Gião.

Num tom algo comiceiro, Manuel Dinis, que se recandidata a um terceiro mandato pelo PSD – em 1997, concorreu pelo PS –, elogiou demorada e eloquentemente os mandatos autárquico de Mário Alves. “Em oito anos muito foi feito por este concelho e por esta cidade… ou então andamos todos cegos”, referiu aquele autarca, sublinhando ainda que “o que dói é que há obra feita”.

Numa “gaffe” gestual – durante a sua intervenção, o dedo em riste estava apontado para Mário Alves –, Dinis provocou ainda alguns sorrisos ao considerar que “burro é aquele que não aprende”.

Deputado municipal do PS diz que presidentes de Junta “não são todos tratados da mesma maneira” 

Quem não deixou de aproveitar a intervenção dos dois autarcas do Vale do Alva, foi José Carlos Alexandrino.

Para o deputado municipal do PS, que se candidata à presidência da Câmara de Oliveira do Hospital, as palavras do presidente da Junta de Aldeia das Dez são reveladoras daquilo que acontece a alguns autarcas locais “por se terem incompatibilizado com o senhor presidente da Câmara”.

Alexandrino, que também invocou o caso da Lajeosa, não deixou de questionar Mário Alves sobre quais dos dois presidentes “é que falou verdade: o de S. Gião ou o de Aldeia das Dez?”.

Insistindo no que considerou ser uma “contradição”, Alexandrino voltou a insurgir-se contra a forma como a Câmara Municipal lida com os 21 presidentes de Junta do concelho, considerando que “não são todos tratados da mesma maneira”.

Sem responder – em concreto – às questões levantadas por António Dinis, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital preferiu invocar a existência de “pontos de vista diferentes”.

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