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ARS Centro põe em risco realização de cirurgias e postos de trabalho na FAAD

Traduz-se em cerca de 700 mil Euros o corte que a Administração Regional de Saúde do Centro está a “impor” ao hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz, com aplicação para o ano presente e efeito retroativo até ao passado mês de Janeiro.

Um valor que está diretamente associado a um corte de 20 por cento na atividade do hospital, numa lógica de poupança por parte da ARS Centro, estrutura que ainda na semana passada foi notícia pelo bom resultado positivo.

A notícia do corte surgiu, porém, a meados do passado mês de agosto, volvido que estava já o primeiro semestre do ano, durante o qual a atividade da FAAD foi orientada tomando por base o protocolo em vigor de faturação anual, na ordem dos 3.700.000, 00 Euros.

Um anúncio que cai que “nem uma bomba” no seio do Conselho de Administração (CA) da FAAD que, em face dos números, admite não ter condições para manter a atividade até ao final do ano, por já ter atingido o volume de faturação agora imposto.

As condições do novo protocolo, ainda não assinado pelo CA da FAAD, foram há instantes apresentadas à massa trabalhadora da instituição. Álvaro Herdade, presidente do CA, destacou o impacto negativo que o novo protocolo vai ter sobre os cuidados de saúde prestados à população e à região e, não deixou de expressar a sua preocupação relativamente aos postos de trabalho que, em face da redução de atividade do hospital, chegam a estar ameaçados.

Ainda que confiante na renegociação do protocolo, mas certo de que os valores definitivos não serão muito superiores aos já anunciados, Álvaro Herdade disse não haver condições para manter a atividade cirúrgica, devendo a mesma ser interrompida já a partir do próximo mês de Outubro.

Ainda que preocupado com o que vai acontecer até ao final de 2012, Herdade não deixou de se manifestar receoso com o ano que vai entrar, em que são esperados cortes ainda mais duros. “Se baixarmos esta fasquia não conseguimos viver”, avisou o responsável e também clínico que não aceita a desconsideração a que o concelho de Oliveira do Hospital tem estado sujeito nos últimos anos, alertando até para o encerramento do SAP que, como referiu, estará para breve.

Para Luís Lagos, membro do CA da FAAD, a instituição está em face de “um corte cego, sem sentido e que coloca em causa uma unidade de referência e postos de trabalho”. “É injusto”, continua o jurista de formação que não vê com bons olhos o corte que está a ser feito junto de uma instituição que já se afigura como um sinónimo de poupança para a ARS Centro. “Nós operamos por 65 por cento do valor total”, exemplificou Luís Lagos, não aceitando também o corte de atividade no que respeita aos meios auxiliares de diagnóstico. “Pedem-nos para abdicar de cuidados de saúde para toda a região sem razão aparente”, refere o responsável que, tendo em conta poupança que a instituição representa e a excelência dos cuidados prestados, até deveria assistir ao aumento da atividade e não o inverso.

Presidente da Câmara faz ultimato à ARS Centro e ameaça com manifestação

Num gesto de solidariedade para com o CA da FAAD e todos os utentes que acorrem ao hospital, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital deu a cara por esta guerra que “ainda não está perdida”.

“Terei maior prazer e honra em liderar este combate”, disse José Carlos Alexandrino num claro apelo à mobilização dos funcionários do hospital e comunidade civil em defesa dos serviços de saúde ali prestados.

Com um histórico de más experiências no que respeita às relações com o atual presidente da ARS Centro, Alexandrino não se poupou nas críticas que lhe dirigiu, chegando a acusar José Manuel Tereso de “comportamento miserável”, ameaçando até com a realização de uma manifestação em frente à ARS.

“A Câmara colocará autocarros à disposição”, disse José Carlos Alexandrino que, a partir de Oliveira do Hospital, aconselhou, em jeito de ultimato, aquele responsável a entrar em acordo com a FAAD até à próxima sexta-feira, data de realização da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, onde o assunto deverá dominar grande parte dos trabalhos, e onde o presidente da Câmara conta tomar “uma posição pública e radical contra o presidente da ARS Centro”.

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