O aterro junto ao cemitério de Vila Franca da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, que levantou alguma queixa por parte da população, já está, desde Setembro, em fase de limpeza. O presidente da União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca, porém, ainda não sabe quando os trabalhos estarão concluídos, nem tem ainda um projecto definitivo para o espaço que é propriedade daquela autarquia. Carlos Maia, contudo, está inclinado para que o terreno continue a servir como aterro.
“É um assunto que ainda teremos de debater com a Câmara Municipal. Não está nada decidido. Mas se for para se manter como aterro terá de ser noutros moldes”, referiu o autarca, mostrando-se até inclinado para que o futuro passe por um aterro para o bem da freguesia. “Tenho medo que se faltar este espaço, as pessoas comecem a fazer despejos por matas e caminhos. Mas terá de existir um protocolo com a Câmara para que sejam feitas recolhas de lixo e quanto aos depósitos feitos pela população terão de ser controlados e com regras para que não se venha a repetir este caos”, sublinhou.
“Andei oito anos a chamar a atenção para este caso”
A necessidade desta obra foi uma das críticas que Carlos Maia apontou ao anterior presidente da Junta João Dinis. O actual porta-voz do PCP em Oliveira do Hospital reconheceu que a sua equipa deixou desorganizar aquele espaço, mas acusa também o Município de não ter atendido aos seus apelos. “Andei durante oito anos a falar no assunto, mas não tivemos resposta por parte da Câmara. Tentámos resolver o problema pelos nossos meios, mas das duas vezes que alugamos retroescavadoras os pneus furaram e abandonaram o serviço. Era preciso um buldózer, o que já não tinha os mesmos custos. De resto, quando agora iniciaram este trabalho também tentaram com retroescavadoras e aconteceu o mesmo problema”, explica João Dinis, que, embora assuma as suas responsabilidades, não se cansa de repetir que se o Município lhe tivesse dado ouvidos “a obra ficaria por certo muito mais barata”. “Não teria chegado ao caos a que chegou e não seria necessária uma intervenção tão profunda. Mas nunca tivemos resposta aos vários ofícios”, sublinha.
João Dinis mostra-se também favorável a que o espaço permaneça como aterro, mas defende a aplicação que poderá ser um projecto que já tinham na altura em que estava à frente da autarquia. “O terreno deve manter-se naquelas funções para evitar que as pessoas comecem a abandonar entulho pelas matas e caminhos. É preciso ter em conta que para ali vinha todo o entulho da Cordinha e até de mais longe. Se não existir pode trazer problemas grandes no futuro. O nosso projecto contempla a divisão em três partes: uma para terra e pedras, outra para plásticos, pneus e borrachas e uma terceira para monos domésticos. E com regras bem definidas”, explica, garantindo que Carlos Maia não fez nada de mais ao conseguir esta obra. “Mau era que durante um ano não fizesse nenhuma obra física”, concluiu.