Home - Destaques - Autarca de Travanca de Lagos “bate o pé” e não forma “executivo a três”

Autarca de Travanca de Lagos “bate o pé” e não forma “executivo a três”

O independente António Soares, recém eleito presidente da Junta de Travanca de Lagos continua a resistir à constituição de um “executivo a três”. Menos votados acusam o independente de “voltar com palavra atrás” e alertam para os prejuízos que a falta de entendimento está a causar à população.

Depois de o resultado eleitoral autárquico do dia 29 de setembro se ter traduzido na conquista de três mandatos por parte de cada uma das três listas candidatas à Junta de Freguesia de Travanca de Lagos, com o movimento independente “Travanca Unida Sorri” a conseguir o maior número de votos, está instalada na freguesia a dificuldade de constituição do executivo.

É que apesar de o voto popular apontar para uma governação a “três forças”, o eleito presidente da Junta de Freguesia tem-se revelado resistente à constituição de um executivo com PS e PSD, centrando esforços na formação de um executivo 2-1.

“Não considero que estejam reunidas condições para ter um executivo com um elemento de cada lista”, referiu António Soares ao correiodabeiraserra.com que se recusou a a aceitar a proposta saída da reunião tida no último sábado com o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, o presidente da Concelhia Socialista e os cabeças de lista do PS (Tomás Pedro) e do PSD (Fernando Viegas) e que ia no sentido de constituição do executivo a “três forças”.

Uma proposta que viria a cair logo por terra na reunião realizada esta terça feira entre os três cabeças de lista pela mão do eleito presidente António Soares. “Não aceito”, insiste o independente que, em declaração a este diário digital garante não recuar e continuar a bater-se por um executivo onde o movimento independente esteja representado por dois elementos, considerando indiferente a força que seja representada no terceiro elemento. “Quero ter uma equipa que me dê garantias de estabilidade”, diz ainda António Soares, assegurando estar empenhado para que o impasse se ultrapasse o mais rapidamente possível.

Apesar de não ter executivo formado, Soares regista que assegurando a gestão da Junta de Freguesia com os vogais – tesoureiro e secretário – do executivo que geriu a Junta no mandato anterior. O cenário de repetição do ato eleitoral é por esta altura uma solução que Soares coloca de parte até que se esgotem todas as possibilidade de resolução do impasse. “o processo não está encerrado”, refere o autarca, fazendo questão de notar que o que se passa em Travanca de Lagos “não é caso único no país”.

A resistência na formação de um executivo a três forças tem vindo a merecer a constestação das duas forças políticas menos votadas na eleição para aquela Junta de Freguesia. A prová-lo está o voto contra do PS e PSD às 11 propostas que numa primeira reunião de assembleia foram apresentadas por António Soares que, em nenhum momento, avançou com proposta que juntasse os três cabeças de lista. Numa altura em todas as juntas de freguesia eleitas trabalham o início de mandato, António Soares manifesta dificuldade em chegar a acordo quer com socialistas, quer com social-democratas.

Por variadas vezes contactado por este diário digital, o cabeça de lista da segunda força mais votada (PS) não se mostrou até ao momento disponível para prestar declarações sobre este caso. Porém, sabe este jornal que Tomás Pedro estará longe de aceitar um executivo, onde o movimento independente esteja duplamente representado e onde o próprio não se faça representar.

Indisponível para chegar a acordo com António Soares, está também o cabeça de lista do PSD – força menos votada – já que no entendimento de Fernando Viegas, por respeito àquela que é a vontade do povo expressa em urna eleitoral, o acordo possível é o que determine a presença dos três cabeças de lista no executivo. “Esta é a melhor solução para a freguesia”, referiu o social democrata, notando que tal composição seria vantajosa pelo facto de os três serem da sede de freguesia, não se verificando assim a situação de uns puxarem mais para uma anexa do que para outra.

Crítico em relação à postura do independente, Fernando Viegas entende que Soares “não está a respeitar a decisão do povo”, assim como também “voltou com a palavra atrás” no que se refere ao que ficou acordado na reunião realizada com o presidente da Câmara Municipal. “Na reunião aceitou formar executivo com um elemento de cada lista e na terça feira voltou com a palavra atrás”, criticou, alertando para o facto de o presidente eleito estar a “prejudicar a freguesia”, porque “já deveria estar a preparar o orçamento e trabalhar com a Câmara as verbas que deverão ser canalizadas para a freguesia”. Por esta altura, Fernando Viegas deseja que o problema seja ultrapassado o quanto antes. “Se tiver que haver novas eleições que haja”, conclui.

Volvido mais de um mês desde o ato eleitoral, António Soares foi o único eleito a tomar posse na Junta de Freguesia de Travanca de Lagos. Uma situação que não se deverá arrastar por mais do que seis meses. Não havendo entendimento entre as três forças, tudo aponta para que a repetição de eleições venha a ser o cenário mais provável.

LEIA TAMBÉM

CM de Penacova quer livraria do Mondego como área protegida

A Câmara Municipal de Penacova iniciou o processo para a candidatura da Livraria do Mondego …

IP3

Espanhóis contestam vitória da Teixeira Duarte no concurso para alargar IP3 entre Viseu e Santa Comba Dão

Os consórcios liderados pelas espanholas Acciona e Ferrovial e pela bracarense ABB contestaram o resultado …