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Bombeiros reclamam por mais meios para a primeira intervenção

… a um melhor apetrechamento de meios para que a primeira intervenção decorra de “forma célere e eficaz”.

A corporação de bombeiros de Oliveira do Hospital foi, no distrito de Coimbra, das registou maior número de fogos florestais no verão passado. Uma realidade que, contudo, não teve correspondência direta em matéria de área ardida, levando o comandante dos bombeiros de Oliveira do Hospital, na cerimónia de comemoração do 91º aniversário da corporação, a falar de “resultados positivos” para os quais contribuiu “o forte sacrifício de todos que de forma sofrida estiveram permanentemente no combate a incêndios que poderiam ter sido resolvidos na primeira intervenção”.

Um trabalho que, registou Emídio Camacho tem sido dificultado com a redução, desde 2010, de 50 por cento das Equipas de Combate a Incêndios Florestais (ECIN) e com a retirada do meio aéreo de Côja, que deixaram a primeira intervenção “fragilizada”. Uma Hospital que, em 2012, possibilitou a constituição de uma equipa ECIN, permitindo ao corpo de bombeiros contar com três equipas em contínuo estado de prontidão na altura crítica de incêndios florestais, possibilitando uma “intervenção eficaz e eficiente”.

“Trabalhar em equipa é a alavanca do sucesso”, constatou o comandante Emídio Camacho, que elogiou a parceria do presidente da Câmara que está longe de se esgotar na disponibilização de recursos, já que o próprio é dos primeiros a deslocar-se ao local dos incêndios e a acompanhar o trabalho de combate ao fogo. “É louvável a sua preocupação e interesse”, referiu.

Parcerias locais que não chegam para fazer face aos incêndios e que devem merecer a preocupação do Comando Distrital das Operações de Socorro. “É minha sugestão que, este ano, a distribuição de ECIN seja mais acautelada e haja da vossa parte maior equidade para que este corpo fique apetrechado de meios para que a 1ª intervenção seja feita de forma célere e eficaz”, sublinhou o comandante, reiterando a contínua preocupação da corporação na formação do corpo de bombeiros, porque “todo este trabalho implica profissionalismo”.

“Sementes lançadas à terra”

Bases que a corporação de Oliveira do Hospital também já faz questão de transmitir aos futuros bombeiros do concelho no âmbito do mais recente projeto “A Escolinha de Bombeiros”, composta por cerca de 70 elementos com idades entre os 6 e os 16 anos, que foi ontem oficialmente apresentada à comunidade oliveirense.

Um “conjunto de sementes lançadas à terra” e que enche de emoção o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. “Mexeu comigo. Ver ali aquelas crianças foi o momento alto”, comentou José Carlos Alexandrino, valorizando o papel dos bombeiros enquanto “escola” no ensinamento de regras. Numa cerimónia onde deu como certa a disponibilidade da Câmara Municipal para continuar a apoiar as corporações de bombeiros – no ano passado o município apoiou os Bombeiros com cerca de 106 mil Euros – José Carlos Alexandrino notou a indispensabilidade dos bombeiros no serviço que prestam às pessoas e até em “áreas que não lhes dizem respeito” pelo facto de determinadas situações poderem ser evitadas.

Em concreto, o autarca referiu-se ao aumento de sinistralidade na Estrada da Beira que muito trabalho dá que fazer aos bombeiros. Uma constatação que mais uma vez levou o presidente a lamentar o atraso da Estradas de Portugal na calendarização de uma reunião e a reclamar a construção do IC6 e ligação à fronteira “para que os nossos empresários tenham as mesmas condições do que outros, que têm auto estradas duplicadas umas em cima das outras”. “Temos direito de exigir” e “não nos fazem favor nenhum porque também financiámos grandes obras como aeroportos de Lisboa e do Porto e, se houver impostos das grandes metrópoles para estas obras não nos fazem favor nenhum”, observou José Carlos Alexandrino.

Situação financeira sem “sinais de corrosão”

Em dia de aniversário, os bombeiros oliveirenses inauguraram uma viatura de combate a incêndios urbanos. Um presente destinado a acudir ao concelho que foi financiado pelo QREN, contou com o apoio do município na ordem dos 25 mil Euros e foi apadrinhada pela Fundação Belmiro de Azevedo. Uma viatura recebida em dia de chuva na nova garagem, em cave, e que responde a outro velho anseio da corporação e que ontem serviu de abrigo às comemorações do aniversário da Associação Humanitária. Também suportada por fundos comunitários e apoio da autarquia – apoiou com 25 mil Euros – a nova estrutura é reflexo da boa situação financeira da corporação oliveirense que, apesar dos receios em matéria de receitas pelos serviços de transportes de doentes, garante que não “há sinais de corrosão” no domínio financeiro “graças ao empenho do comandante e seus colaboradores”.

“Não estamos em aflição, mas sim atentos e vigilantes”, referiu Arménio Tavares, presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital que, no futuro, conta continuar a apoiar o comando de bombeiros naquilo que são as principais preocupações no âmbito da formação, recrutamento e disponibilização de meios adequados ao desempenho de funções em qualidade e responsabilidade.

A participar “na comemoração mais bonita” a que tem assistido, o representante da Liga de Bombeiros Portugueses elogiou o espírito de voluntariedade e associativismo de que deram prova os bombeiros oliveirenses, de onde sobressaiu “confiança e esperança no futuro”. António Simões não deixou, porém, de comungar das preocupações sentidas pelo comandante oliveirense, pelo que alertou para a necessidade de um maior cuidado para com a floresta, as aldeias e a desertificação do interior, porque caso contrário “vamos ter os incêndios no espaço urbano e aí sim vamos ficar preocupados”. “Quem está na cidade pensa que o incêndio é lá longe, mas não é bem assim”, referiu, recuando ao verão passado para recordar o momento em que “os incêndios entraram por Coimbra dentro”.

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