Preservar as espécies autóctones e facilitar a sua regeneração natural foi a mensagem saída da ação que a CAULE e Federação Nacional de Proprietários Florestais realizaram, esta manhã, em Alvôco de Várzeas e que contou com a participação de perto de 40 crianças da EBI da Ponte das Três Entradas.
Destinada a assinalar o Dia da Floresta Autóctone que se comemorou no passado dia 23 de novembro, a ação teve lugar numa área florestal de Alvôco de Várzaes onde abundam algumas espécies autóctones como o carvalho e o medronheiro e continua a resistir espécies já consideradas raras e por isso protegidas por lei, como são o caso do azevinho e do azereiro.
Cerca de 40 alunos do 3º e 4º anos da Escola Básica Integrada da Ponte das Três Entradas marcaram presença na iniciativa, durante a qual e de forma simbólica foram plantados azereiros e feita limpeza junto de azevinhos de modo a facilitar o seu normal crescimento e regenaração.
Na ação destinada comemorar a floresta autóctone, a CAULE e a Federação elucidaram ainda os mais novos acerca da problemática do nemátodo que afeta a madeira do pinheiro e obriga ao corte das árvores infetadas e à sua destruição.
“O objetivo é fazer uma sensibilização desde pequenos”, referiu a bióloga da CAULE e da Federação, considerando importante este tipo de ações para que as crianças tomem conhecimento daquelas que são as espécies autóctones no sentido da boa preservação. “Ninguém protege o que não gosta e ninguém gosta daquilo que não conhece”, observou Raquel Alves, alertando para a importância que as espécies autóctones têm na natureza e na biodiversidade.
Pese embora o perigo de extinção de algumas espécies como o azevinho e azereiro, Raquel Alves sublinha o facto de na região ainda existirem “bastantes espécies autóctones” como é o caso do carvalho, medronheiro e pinheiro manso.
A especialista lamenta, porém, que da parte dos proprietários florestais não seja visível tanta preocupação com aquelas espécies que, quando bem conduzidas na sua regeneração natural, nem obrigam à plantação. “As pessoas optam sempre pelas espécies que crescem mais facilmente e há mais tendência para o eucalipto ou pinheiro bravo”, referiu.
Atendendo a esta tendência crescente, Raquel Alves chega mesmo a verificar que “com o abandono da floresta, as espécies vão ganhando porque vence a regeneração natural”. A faltar fica, porém, a conservação e a devida condução no processo de regeneração.