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Ana Abrunhosa e Alexandrino

Comunistas oliveirenses contra entrega “Medalha de Ouro de Oliveira do Hospital” a Ana Abrunhosa

O PCP de Oliveira do Hospital classifica como uma “afronta aos oliveirenses, ao município e à democracia” a proposta, que na próxima sexta-feira o executivo camarário vai levar à Assembleia Municipal, para que seja atribuída “Medalha de Ouro de Oliveira do Hospital” à presidente da CCDRCentro. Os comunistas oliveirenses justificam esta posição atendendo, nomeadamente, a todos os atrasos – “não explicados, injustos e prejudiciais – que se verificam na reconstrução de Habitações e Empresas ardidas no Grande Fogo de 15 e 16 de Outubro do ano passado”. Os comunistas dizem que a medalha deve ser atribuída ao povo oliveirense, ao mesmo tempo que fazem várias acusações a Ana Abrunhosa.

“No contexto, esta proposta de condecoração, vinda da parte dos mais altos representantes autárquicos do nosso Município, vem ‘lavar a cara’ da Presidente da CCDRCentro das pesadas responsabilidades que ela tem, que o Governo minoritário do PS tem, por toda esta situação gravemente lesiva dos direitos e interesses da Região e, em especial, de lesados pelo Grande Fogo!”, acusam, adiantando que, neste processo, “a CCDRCentro acaba de criar, e de publicitar,  aquilo que designa por ‘Formulário Electrónico’ na sua própria Página na Net em que instiga à denúncia individual e de regime, anónima ou não, de alegadas irregularidades nas declarações de lesados com habitações ou empresas ardidas no Grande Fogo!”

Para os comunistas, este comportamento é um recurso “a métodos pidescos e inquisitoriais – apesar de informáticos – a instigar à denúncia, ao ‘bufanço’, de vizinhos contra vizinhos, até de familiares contra familiares. Aliás, também com o objectivo, da parte da CCDRCentro, de tentar obter mais ‘desculpas’ perante as suas próprias falhas, muitas das quais são já do domínio público”. Os elementos do PCP, que classificam a CCDRCentro como “nosso carrasco oficial”, acreditam que aquela entidade pretende fazer passar “para o lugar de culpados e de oportunistas os maiores lesados pelos Incêndios trágicos e desastrosos do ano passado!”. “Sim, são da directa responsabilidade da Presidente da CCDRCentro, e do Ministério do Planeamento e Infra-estruturas, os atrasos, já escandalosos – no nosso Município está a passar um ano desde o Grande Fogo ! – e outras ‘embrulhadas’ que se verificam nesse processo, o que põe em causa os direitos dos oliveirenses mais atingidos e não só estes.  E isto acontece apesar de todas as promessas oficiais…”, continuam.

Consideram ainda que não é transparente nem curial a forma como a Câmara Municipal levou a cabo o processo de auscultação prévia a representantes de forças políticas – em que o PCP participou – tendo precisamente em vista a atribuição das Condecorações Municipais, no Feriado Municipal, a 7 de Outubro. “De facto, ao representante do PCP (João Dinis) não foi colocada, pela Câmara, na reunião prévia, a hipótese da Condecoração da Presidente da CCDRCentro mas, logo a seguir, noutra reunião bi-lateral, foi colocada essa hipótese ao representante do PSD. Porquê então esta dualidade de critérios e de dar informações adoptada pela Câmara?”, questionam. E mostram-se convencidos que as reuniões bilaterais, que, dizem sempre foram conjuntas, promovidas pelo executivo autárquico com as várias forças políticas revela o intuito da Câmara poder ouvir cada um dos representantes dos partidos convocados para a auscultação prévia, em função das expectativas que já tem em termos da reacção de cada um desses representantes partidários a nomes em concreto, a condecorar. “E a Câmara Municipal sabia, de antemão, que o PCP não poderia concordar com a condecoração da Presidente da CCDRCentro…”, sublinham.

Os comunistas frisam ainda que a própria Ana Abrunhosa não deveria aceitar a condecoração tendo em conta a sua posição institucional na CCDRCentro, um organismo público com importantes poderes, delegados pelo Governo, de decisão e execução regionais. “Ou seja, se a Presidente da CCDRCentro aceitar uma condecoração por um Município, no caso Oliveira do Hospital, isso poderá ser legitimamente interpretado como o aceitar uma ‘paga’, política e pessoal, por favorecimentos escusos e antidemocráticos no relacionamento institucional entre a CCDRCentro e a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital”.

O representante do PCP, explicam, propôs, como alternativa, que a “Medalha de Ouro de Oliveira do Hospital” deveria ser atribuída ao Povo do concelho de Oliveira do Hospital “pela forma heróica, resistente e com capacidade de recuperação que demonstrou durante o Grande Fogo e daí para cá”. “Aliás, alguns dos principais responsáveis pelo Município de Oliveira do Hospital não se lembram de condecorar o Povo do Concelho – vítima e resistente dos Incêndios – mas propõe para condecoração alguém que, perante o flagelo, tem práticas de “carrasco” e de “polícia do bufanço” a castigar o Povo do Concelho!”, referem, concluindo que “o Povo, deste e de outros Municípios afectados pelo Fogo, tem dado uma extraordinária lição de vida mesmo quando esta se perdeu ou ameaça perder-se e, sobretudo, para fazer renascer a vida, vivendo-a bem agarrado a ela, apesar das dificuldades”.

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