Sandra Costa Saldanha, considera que casos como o restauro da ‘Última Ceia’ do Santuário de Nossa Senhora das Preces em Oliveira do Hospital representam um “ato criminoso”.
“Este caso trata-se de um ato criminoso e não é único porque infelizmente há décadas que se repetem sistematicamente situações danosas e altamente dramáticas contra o património cultural em todas as dioceses”, disse a diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da igreja (SNBCI)
A responsável pelo SNBCI, organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, divulgou as primeiras fotos da situação no dia 11 de fevereiro: restauro em causa foi feito há 7 anos por alunos da Universidade de Tempos Livre de Coimbra.
“É importante que se faça uma fiscalização e se penalizem estes atos e isso é realmente o que não funciona, tal como uma autonomia local que é altamente nociva para o património porque todos fazem o que querem e quando querem sem que haja uma penalização”, denuncia.
“Por vezes estas situações são mais graves que as situações dos furtos porque um restauro desta natureza pode destruir o objeto para sempre e quando acontece um roubo há sempre a esperança que a peça possa ser recuperada”, sustenta Sandra Costa Saldanha.
Na opinião de Sandra Costa Saldanha o caso de Oliveira do Hospital “não aconteceu por falta de regras ou de leis porque tudo isso existe, simplesmente há uma inércia, uma total autonomia que é muito nociva porque não tem controlo”.
Quanto à situação específica do Santuário de Nossa Senhora das Preces em Oliveira do Hospital, “cabe agora à Diocese de Coimbra tomar as medidas necessárias para resolver esta questão específica”, concluiu.
A intervenção, da responsabilidade de João Vieira Duque, tem sido defendida pelo próprio, pelo pároco local e pela irmandade do santuário.
*Com Eclesia