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E o povo vai lavar as mãos como Pôncio Pilatos? Autor: António Fernandes

Para mim, em Portugal (e não só), quando as motivações são políticas não há meninos de coro. O problema do PS é que desde o seu alegado fundador (porque a mim algo me diz que o PS foi fundado em Portugal por um senhor de nacionalidade suíça) deixa evidências claras de corrupção e fracos valores éticos e morais. Mário Soares, tal como José Sócrates têm uma vida premiada com tiradas de desrespeito pelo Estado de Direito e que deixa uma alegada percepção de muitos milhões arrecadados à custa do dinheiro dos contribuintes.

A minha percepção é a de que grande parte da sociedade pensante portuguesa percebe que os líderes mais carismáticos da história do PS, Mário Soares e José Sócrates têm vivido vidas impunes.

António Costa não se vai conseguir safar sem estilhaços.

Claro que do lado do PSD também não há santos. Mas não chegam, nem mesmo Sócrates, aos calcanhares do Dinossauro Mário Soares. Creio que esta percepção é comum na sociedade portuguesa. Eu tenho essa percepção.

Agora, aparentemente a justiça está a agir. Resta saber se o povo, o eleitorado, vai continuar a ser carneiro e não castiga estes intervenientes que descaradamente nos arruínam, quer seja pelo que alegadamente metem ao bolso, quer seja por aquilo que nos obrigam a pagar.

A Justiça aparentemente está a agir e contra um inimigo poderoso, enraizado em todos os quadrantes sociedade portuguesa e muitíssimo influente.

A justiça e o povo português precisam agora mais que nunca um do outro.

Tudo aquilo que se tem vindo a escrever tem uma ponta verdade, desde a tese da cabala política, passando pelo bom (e mau) funcionamento da justiça e até às vinganças pessoais. Todos os argumentos de todas as facções têm meu ver uma ponta de verdade, ainda que ampliadas pelo fervor, pelo clubismo e até pelo medo que algumas pessoas têm de ser apanhados.

Pedro Santana Lopes escreveu um artigo no Correio da Manhã no qual, por analogia interroga quem responsabiliza os árbitros no futebol quando estes fazem asneira (premeditada ou não). Refere-se claramente ao artigo que Cavaco Silva escreveu sobre os bons e os maus políticos quando Santana Lopes era Primeiro-ministro e que, depois de dissolver o Parlamento, Levou José Sócrates ao poder. Cavaco Silva criou então uma crise política e levou um agora detido preventivamente ao poder. Um homem que, como referi no início deste artigo, manifestou indícios mais que evidentes de vida farta. Quer fosse pelos fatos que usava, quer pelo que tem gastado e não tem ganho.

E o Povo? O Povo não tem responsabilidade nenhuma? O Povo que vota continuamente (ou não vota sequer) no PS e no PSD vai continuar a lavar as mãos como Pôncio Pilatos até quando? Acho que seria mais que hora de o Povo apoiar a desapoiada justiça que, bem ou mal se tem personificado nalguns juízes que depois acabam por ser saneados, como foi o caso do Juiz de instrução do processo Casa Pia ou, se quisermos um exemplo mais universal, o super Juiz Baltazar Garzón. São Humanos, também erram, mas não nos têm roubado.

Para mim a questão mais importante é de facto esta. Se povo não apoia a justiça estamos perdidos. Só o Povo pode roubar o poder e a influência ao poder politico para que a justiça possa desempenhar o seu papel.

Pensemos bem nisto.

 

Foto: expresso.sapo.pt

 

Autor: António Fernandes

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