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“Este executivo da autarquia vive de um “show-off” e de um conjunto de promessas que dão em nada”

João Brito é o novo líder do PSD de Oliveira do Hospital e, em entrevista ao CBS, promete que os sociais-democratas vão passar a ter uma acção mais interventiva nas assembleias municipais. O agora presidente da concelhia acredita que o PSD vai construir uma alternativa forte e recuperar a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital em 2017. Brito sublinha que a sua equipa irá reestruturar e credibilizar o partido e espera a contribuição dos membros da anterior direcção. Ao mesmo tempo diz que o executivo de José Carlos Alexandrino apresenta já “um enorme desgaste” e  que mostrou aos oliveirenses que “já não tem mais nada para dar”. “É preciso mudar o rumo para que o futuro do concelho não seja hipotecado”, sublinha, frisando que a partir deste momento o PSD irá apontar os problemas e mostrar as soluções.

Com esta nova comissão política o que é que os oliveirenses podem esperar deste PSD na intervenção autárquica?

Vamos ser mais interventivos, apontando soluções para os problemas do concelho. Os nossos eleitos vão exigir respostas do executivo sobre todas as promessas feitas ao longo destes seis anos de mandato PS e que, muitas delas, não foram cumpridas. Um exemplo. Numa das reuniões de Câmara em que participei, ainda como substituto da minha antecessora, foram atribuídos terrenos para um investimento que iria gerar uma centena de postos de trabalho. Já passou mais de um ano e não se vê rigorosamente nada. É um exemplo, mas há muitos outros. O PSD não trabalhou durante muito tempo as Assembleias Municipais. O partido, que deveria liderar a oposição, tem estado ali a fazer um passeio na praia. Se não apontamos defeitos ou é porque está tudo bem ou não temos ideias para melhorar o concelho. Infelizmente, o concelho não está bem e, felizmente, temos ideias concretas para o melhorar. O problema é que a bancada do PSD não tem sido interventiva, esteve sem estratégia e não contou com o apoio da anterior Comissão Política.

O que vai mudar?

As assembleias municipais e as reuniões de câmara vão passar a ser preparadas em encontros internos do partido. Quero uma organização muito superior, o que também não será difícil dado o estado em que se encontrava o partido. Vamos chamar a atenção para os problemas de Oliveira, tentando perceber como é que o executivo os tenta resolver e apresentar as nossas ideias. O espaço da oposição não irá ficar exclusivamente para António Lopes. Não teremos necessariamente intervenções na linha que esse eleito realiza, mas vamos assumir as nossas responsabilidades como oposição organizada, activa, que aponta soluções e procura afirmar as ideias que defende para o concelho. Todos os pontos da Assembleia vão ser devidamente estudados e discutidos. Os nossos eleitos também não podem continuar a faltar às reuniões. Vamos convocar todos os membros eleitos pelo partido para uma reunião e perceber se todos estão disponíveis para participarem na Assembleia Municipal e defenderem os interesses do concelho e os pontos de vista do PSD. Os que não puderem devem informar a mesa da Assembleia e serão substituídos pelo nome seguinte na lista de eleitos. O PSD vai ter, a partir de agora, uma atitude diferente de afirmação. Se queremos ganhar as eleições em 2017 não pudemos continuar com esta atitude em que ninguém sabe quem somos. Assim, certamente não vamos lá chegar.

Isso é uma mostra de desagrado para com Nuno Vilafanha que faltou às últimas reuniões municipais?

Não se trata disso. Mas entendo que os eleitos não podem faltar, sem se fazerem substituir. É certo que as faltas dele se ficaram a dever ao absurdo que foi a alteração do horário da AM para a tarde de sexta-feira. Já todos chegaram à conclusão que este horário não serve para uma saudável discussão democrática dos problemas do concelho. Mas aquele que teoricamente é o líder da bancada, se bem que nunca percebi muito bem quem era o líder, não pode faltar. Isso dá um sinal de fraqueza aos colegas. Compreendo que aquele horário obriga as pessoas a faltar ao trabalho o que, embora esteja salvaguardado na lei, não é fácil para quem está no sector privado. Para alguns é mesmo impossível. Se o Nuno Vilafanha verificar que lhe continua a ser impossível participar, basta-lhe comunicar que enquanto este horário se mantiver lhe é impossível e será substituído. Mas seria bem melhor que o bom senso imperasse e o horário das Assembleias Municipais regressasse às sextas-feiras à noite ou ao sábado de manhã.

A bancada do PSD irá ter um novo líder?

É um assunto que vamos resolver nos próximos dias. Vamos realizar uma reunião na qual se irá discutir qual dos elementos estará em melhores condições para assumir esse papel. Tenho é uma certeza: vai existir um líder inequívoco e interventivo na defesa do concelho e das ideias do PSD. Não haverá qualquer tentativa de inibir, como aconteceu anteriormente, qualquer eleito de fazer as criticas que muito bem entenda ao executivo do PS.

Em termos internos qual é o grande objectivo desta nova Comissão Política?

Vamos procurar recriar uma dinâmica dentro do PSD semelhante à que teve em anos anteriores. Numa primeira fase vamos reestruturar e credibilizar o partido. Queremos abri-lo, não apenas aos militantes, mas também aos simpatizantes. Vamos ouvir todas as pessoas que queiram expor os seus problemas e apresentar soluções. Nas Freguesias vamos procurar candidatos credíveis e ganhadores. Sei que o tempo é pouco, mas é possível construir uma estrutura para recuperar a autarquia em 2017. O PSD concelhio não sou só eu. Vamos criar várias equipas e realizar uma descentralização. Ouvir todos os eleitos e aqueles que não foram eleitos, bem como ex-eleitos. Queremos perceber quais são os problemas existentes nas freguesias e quais as ideias para os resolver. Só ouvindo todos os intervenientes de Oliveira conseguimos apontar dificuldades e encontrar as soluções.

Porque é que não vingou a ideia de uma lista única nestas eleições para a concelhia?

A postura da anterior direcção não foi a mais assertiva para com os militantes. Também houve anteriormente alguns incidentes. Como a lista que apresentei para o Congresso do Partido e que não foi aceite pelo anterior presidente da mesa [Nuno Tavares Pereira] alegando que tinha sido entregue fora de prazo. Mais tarde o Conselho de Jurisdição Nacional veio dar-me razão. Houve também na nossa sede uma reunião alargada promovida pela distrital onde existiram muitas críticas aos dirigentes concelhios. O presidente da Comissão Politica, nesse encontro, não esteve à altura dos militantes. Foi grosseiro nas respostas. Alguém que assume a responsabilidade de dirigir esta estrutura tem de saber responder e, fundamentalmente, saber ouvir. Não souberam fazer um trabalho de aproximação aos militantes. Fecharam-se numa espécie de redoma de vidro, achando que tinham soluções para tudo, quando não tinham soluções para nada. E as negociações falharam a partir do momento em que percebi que eles queriam que a lista fosse encabeçada por Nuno Tavares Pereira. Perante tudo o que se tinha passado não podia aceitar.

Isso significa que continua a existir uma fractura no PSD…?

Espero que não. Conto com todos os ex-responsáveis do PSD do concelho, incluindo o Nuno Tavares Pereira e o Nuno Vilafanha. As eleições passaram. Agora é tempo de trabalharmos todos num objectivo comum. Espero que participem activamente e que nos ajudem a ganhar. O meu projecto era tão válido quanto o deles e foi o que ganhou, portanto vamos executá-lo.

Esta nova liderança acredita que será possível recuperar depois da derrota das últimas autárquicas?

É claramente possível. Vamos traçar um perfil que pretendemos e depois analisar os nomes que se encaixam nele. Será realizada uma assembleia de militantes para percebermos quem é que eles acham que tem o perfil correcto. Queremos que sejam os militantes a decidir e criar o maior consenso possível para uma vitória em 2017. Este executivo já mostra um desgaste muito superior àquele que seria previsível. Ao fim de seis anos de mandato parece já ter 12. As pessoas já começaram a perceber que o PS e este executivo pouco mais têm para dar. Vive de um show-off e de um conjunto de promessas que dão em nada. Temos de mostrar que somos diferentes, que somos uma alternativa credível. Com um discurso positivo. Dizendo claramente aos oliveirenses o que pretendemos para o concelho e não fazer promessas vãs ou criar elefantes brancos só para mostrar obra. O que pretendemos é colocar o concelho no rumo certo.

Já acusou o executivo de estar em modo de campanha…

O que lamento mais é que tenha assumido essa atitude à custa de empréstimos. As obras deveriam ter sido feitas ao longo de quatro anos. Não o foram. Agora recorreu ao endividamento para as fazer coincidir com as eleições. Mas vai mais além. Vai abrir concurso para obras que poderiam ser feitas com recursos próprios da autarquia. Sempre haveria alguma contenção na despesa. Mas a opção é o desperdício.

Numa das últimas reuniões de Câmara também acusou a autarquia de continuar a subsidiar a BLC3 sem qualquer retorno…

É complexo. A verdade é que a Câmara aumentou o subsídio mensal para aquela instituição de nove para dez mil euros mensais. Na minha opinião, a BLC3 devia ser ajudada, mas a partir de determinada altura tinha de passar a viver sozinha. Já lá vão cinco anos, um investimento de mais de um milhão de euros em subsídios, e não se vislumbram resultados. E o senhor presidente da Câmara Municipal, a partir do momento em que subsidia uma instituição, não pode vir dizer que não sabe o que se passa por lá. Uma das respostas que vamos exigir é precisamente até quando vai durar esse subsídio de dez mil euros.

Esta a dizer que esta Câmara desperdiça dinheiro, mas o presidente da autarquia já referiu, por várias vezes, que tem é vindo a pagar empréstimos herdados do mandato de Mário Alves….

Isso não corresponde à verdade como o demonstram os números. Já demonstrei com uma acta da última reunião em que Mário Alves era vereador que a dívida herdada por este executivo não foi além dos 3,5 milhões de euros. E ficou obra feita. Quando o PS tomou posse tinha um determinado valor depositado no banco e uma verba para receber de obras já concluídas que no total somavam 3,5 milhões de euros. Retirando estes números, somos levados a concluir que a dívida herdada era de cerca de 3,5 milhões e não os sete referidos por este executivo. Nessa acta, o presidente José Carlos Alexandrino não desmentiu esses valores. Os oliveirenses já se aperceberam que cada mandato do PS representa um endividamento de 3,5 milhões de euros. No primeiro aproveitaram aqueles 3,5 milhões que Mário Alves lhes deixou. Agora já se preparam para contrair um empréstimo de mais dois milhões e se o PEDU avançar, provavelmente, terá de recorrer novamente à banca para pedir cerca de 1,5 milhões. É preciso mudar o rumo para que o futuro do concelho não seja hipotecado.

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