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Funcionários da Jammo continuam sem luz ao fundo do túnel – Veja vídeos

… porta da empresa.

Os trabalhadores continuam com cinco salários em atraso e esperam até 5 de Janeiro por uma palavra da administração. Depois disso, garante Fátima Carvalho do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis do Centro, serão “trilhados caminhos mais difíceis” com vista a accionar os mecanismos legais para que os trabalhadores possam aceder aos seus direitos.

Nem a chuva, nem o vento desmobilizaram os funcionários da reunião que estava marcada para o início da tarde à porta da empresa. O momento é de união entre funcionários – a maioria mulheres – e sindicato. “Nem uma palavra, nem dinheiro. Isto nem no terceiro mundo”, lamentava Fátima Carvalho, fazendo contas aos salários que em plena quadra natalícia estão por pagar às cerca de seis dezenas de trabalhadores, nalguns casos casais. “O vosso natal deve ter sido mesmo magrinho”, acrescentava a sindicalista, chegando a dar conta de famílias que já começam a ser ameaçadas pela fome, porque o ordenado do marido não chega para tudo. “Já tenho prestações da casa em atraso, qualquer dia fico sem ela”, referiu uma funcionária desgostosa com a atitude do patrão que – como referiu – sempre disse que “o ordenado das funcionárias é sagrado”. “Agora foi o primeiro a abandonar o barco”, referiu outra trabalhadora da Jammo, que já perdeu toda a confiança que depositava na administração da empresa.

Sublinhe-se que no início do mês, o patrão Manuel Moita tinha incentivado os trabalhadores a concluírem a encomenda que tinham em mãos e que deveria estar pronta até dia 12 de Dezembro, já que depois do pagamento da ZARA, a empresa já teria condições para pagar alguns salários em atraso. Agora, os funcionários denunciam a falta de diálogo da administração que desde o dia 14 deixou de ir à empresa, pelo que chegam até a desconfiar que a ZARA pagou, mas o patrão não lhes regularizou a situação dos salários em atraso.

 

“O que é que ele quer fazer?” questionou Fátima Carvalho, recordando que aquando da reunião realizada no Governo Civil, o empresário não revelou qualquer intenção de encerrar a empresa.

Numa luta declarada em prol dos direitos dos trabalhadores da Jammo, a sindicalista não se poupa em críticas no que respeita à atitude da igreja e instituições locais perante um problema desta natureza.

 

“Onde é que está a solidariedade?”, perguntou, referindo que “é de lamentar que na zona de Oliveira do Hospital não tenha havido por parte de nenhuma instituição um gesto para convosco”. Fátima Carvalho lamenta ainda o facto de até o próprio Centro Distrital da Segurança Social de Coimbra alegar não ter mecanismos para ajudar estes trabalhadores.

 

“O que é que estas pessoas vão comer?”, voltou a perguntar, destacando o facto de estarem em causa funcionários que têm “andado sempre na defesa do emprego”.

Com dois filhos menores, Idalina Gomes deu hoje conta das dificuldades que tem tido para que não falte nada à sua família. “Tenho o empréstimo de casa já com meses em atraso, porque o salário do meu marido não dá para pagar tudo”, referiu, confessando já ter sido obrigada a interromper o tratamento de que o filho com problemas respiratórios necessita diariamente.

 

“Eu gostava de perguntar ao nosso patrão como é que ele se conseguia governar se estivesse na nossa situação”, referiu outra funcionária no meio de outros tantos lamentos que esta tarde ecoavam à porta da empresa.

 

O correiodabeiraserra.com tentou mais uma vez chegar à fala com o empresário, recorrendo até ao gabinete de contabilidade de que é responsável na cidade, mas Manuel Moita encontrava-se ausente.

De sublinhar, contudo que durante o encontro junto à empresa, algumas funcionárias asseguraram ter visto o patrão a passar de carro pelas imediações.

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