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Funcionários da Jammo engrossam lista de desempregados

… hoje a administração da Jammo – Indústria …de Confecções Lda avisa em comunicado a decisão de encerramento da actividade da empresa, bem como das Criações Açucena- Confecções Lda.

Os trabalhadores foram confrontados com a decisão de insolvência logo pela manhã quando se dirigiam para retomar o trabalho, tal como havia sido estipulado pela gerência. O comunicado colocado no principal portão de acesso para a empresa barrou a entrada dos funcionários que ao correiodabeiraserra.com disseram não estar surpreendidos com a atitude da administração tendo em conta os acontecimentos ocorridos nas duas últimas semanas.

Com cinco salários em atraso, o que as cerca de seis dezenas de trabalhadores não aceitam é que a gerência da Jammo e Criações Açucena evoquem a falta de encomendas e de recebimentos para justificar o encerramento da empresa e o não cumprimento no pagamento dos salários. Em uníssono, chamam o administrador de “mentiroso”, porque garantem que não falta trabalho.

Os trabalhadores vão ainda mais longe ao assegurarem que o dinheiro da encomenda da ZARA – “mais de 40 mil euros”, como referiu um funcionário que preferiu não ser identificado  – “deu entrada na empresa, mas terá usado para outros fins”.

Em início de um novo ano laboral, os funcionários da Jammo confessam-se desolados pelo estado a que chegou a empresa. A insolvência há algum tempo que começou a ser um dado adquirido para os trabalhadores e para o Sindicato do sector têxtil de Coimbra que tem vindo a acompanhar a situação.

“Era o desfecho previsível”, afirmou esta manhã aos jornalistas a sindicalista Fátima Carvalho, criticando o caminho escolhido pela administração da empresa. “Lamento que em pleno século XXI não tenha havido uma palavra para com estes trabalhadores que foram tão ordeiros. Mereciam uma palavra da administração”, defendeu, repudiando o facto de a administração ter optado por informar os trabalhadores do encerramento da empresa através de comunicado e não cara-a-cara. “Já lá podia ter posto o papel há mais tempo, se já sabia que a saída ia ser esta”, acrescentou.

Amanhã, os trabalhadores vão agilizar os procedimentos para o acesso ao subsídio de desemprego num encontro já marcado para as 09h30 na Casa da Cultura de Oliveira do Hospital. Fátima Carvalho garante que face à situação pela qual estão a passar todos os funcionários o processo foi acelerado junto do Centro de Emprego de Arganil, Governo Civil de Coimbra e Centro Distrital da Segurança Social. Não deixa contudo de criticar a inexistência de um mecanismo para auxiliar os trabalhadores “que são contribuintes activos” e “estão a viver momentos tão difíceis”. “Já em tempos havia um adiantamento que era possível fazer-se, até porque a Segurança Social tem sempre como reaver o dinheiro”, sustentou a sindicalista, lembrando que o subsídio de desemprego não tem efeito retroactivo e só começará a contar a partir do dia em que é requerido.

Em face do comunicado exposto, sindicato e trabalhadores esperam que a administração avance com a insolvência, porque caso contrário a garantia é de que serão os próprios funcionários a requerê-la.

“Em Oliveira do Hospital há outras preocupações”

Para além do problema que neste momento afecta os trabalhadores da Jammo, o Sindicato do sector têxtil de Coimbra garante que “em Oliveira do Hospital há outras preocupações”. Sem se referir a nenhum caso em concreto, Fátima Carvalho posicionou o concelho de Oliveira do Hospital imediatamente a seguir ao concelho sede de distrito no que respeita às empresas que neste momento dão sinais de problemas.

No que respeita ao concelho oliveirense, a sindicalista destacou a existência de uma mono indústria e apelou à atenção do Governo Civil e de outras instituições para com esta realidade. “Se não forem tomadas medidas, outras empresas podem seguir-se e nós queríamos ver se isso não acontecia”, alertou, apontando o dedo a algumas empresas que “não pagam pontualmente os salários”.

Na opinião de Fátima Carvalho, o governo não deve olhar apenas para o sector automóvel e para a banca. “O senhor ministro da Economia e os técnicos do IAPMEI que venham ao terreno analisar os problemas e venham conversar com sindicatos e empresários sobre as soluções que ainda é possível tomar. Não é só ficar no gabinete, é preciso vir ao terreno”, desafiou a sindicalista, garantindo que “o sector têxtil pode ter futuro como qualquer outro sector”. “É preciso também ter apoio e maior atenção do ministério da Economia”, concluiu.

O correiodabeiraserra.com tentou entrar em contacto com o administrador da Jammo, Manuel Moita, mas as tentativas revelaram-se infrutíferas.

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