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“Havia uma grande lacuna ao nível da formação musical em Oliveira do Hospital”

 

Com apenas 24 anos, Rui Marques é hoje uma referência no mundo musical de Oliveira do Hospital. Conhecido pelas várias participações em eventos musicais que se vão realizando um pouco por todo o concelho, o jovem músico está, desde Setembro do ano passado, associado a um projecto que tem vindo a conquistar adeptos de todas as idades. Trata-se da Ophicina das Artes, uma academia direccionada para várias vertentes artísticas, mas que numa primeira fase centra a sua aposta na área dominada pelo promotor do projecto.

Em actividade desde Setembro de 2009, a Ophicina das Artes viu o seu potencial ser reconhecido pouco tempo depois, por ocasião da atribuição dos prémios aos projectos candidatos ao concurso Empreender +, promovido pela Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. Brindada com um montante de 10 mil Euros correspondente à segunda classificação, a Ophicina das Artes começou cedo a atrair interessados de todas as idades. “No início começámos com 50 alunos e agora temos cerca de uma centena”, contou Rui Marques ao CBS, explicando que as aulas são ministradas por seis professores.

A funcionar em quatro salas de uma emblemática casa do centro histórico, o novo projecto musical foi pensado pelo promotor como uma forma de enriquecer a oferta de formação naquela área. “Havia uma grande lacuna ao nível da formação musical em Oliveira do Hospital”, considerou Rui Marques, verificando que as respostas que existiam no concelho eram “mais ao nível das freguesias e de forma amadora”. Sem querer desvalorizar o trabalho que tem vindo a ser dinamizado um pouco por todo o concelho, o conhecido músico não deixa de lamentar que “qualquer pessoa que faça um acorde já seja um professor de música”. “Há por aí gente com muito boa vontade, mas com pouca formação”, continuou o professor, notando que na Ophicina das Artes, as aulas são dirigidas por professores e têm sempre em atenção os interesses dos alunos, que podem ou não ambicionar continuar os estudos na área musical.

Essencialmente procurada pelos adeptos do piano, órgão, violino, violoncelo, guitarra, bateria, canto e bandolim, a academia de música está também em condições de oferecer formação em outros instrumentos como o acordeão, contrabaixo e baixo. Paralelamente, a Ophicina das Artes tem assistido à constituição de pequenos grupos de Pop Rock que, para além das actuações em sala de aula, deverão brevemente ser conhecidos pelas suas actuações em eventos culturais. Para além destes, também os restantes alunos da Academia – entre os três anos e a idade adulta – têm participado em iniciativas promovidas a nível autárquico e pela própria Ophicina. “É complicado para os jovens não poderem mostrar aquilo que sabem”, sublinhou Rui Marques, lembrando que “não faz sentido aprender música para tocar no quarto”.

Não se cingindo à área musical, a Ophicina das Artes tem também em actividade o atelier de desenho e pintura conduzido por Paulo Ribeiro. É, contudo, intenção de Rui Marques alargar a oferta às áreas do Teatro e da Dança. Neste domínio, o promotor depara-se com o problema da falta de um sala de dança apetrechada com os equipamentos necessários. Não descarta, contudo, a possibilidade de poder estabelecer um protocolo com um ginásio para, numa fase inicial, poder ultrapassar aquele constrangimento.

“É urgente fazer uma planificação cultural no concelho”

Habituado a participar em vários eventos culturais, Rui Marques pretende que os grupos e os alunos que frequentem a Ophicina das Artes possam contribuir para o enriquecimento da oferta cultural e musical concelhia. Crítico relativamente ao que se vai fazendo por terras concelhias, o jovem professor – lecciona no Conservatório Regional de Coimbra e Escola Superior de Educação de Coimbra – lamenta o pouco que se vai fazendo por cá, bem como o desinteresse da população pelas iniciativas que vão surgindo.

“É urgente fazer uma planificação cultural no concelho, porque continua a não existir”, sublinhou Rui Marques, entendendo que é importante começar a atrair as camadas mais jovens da população. Paralelamente, o responsável pela Ophicina das Artes detecta também “ a falta de iniciativas privadas”. “A generalidade das pessoas acha que devem ser as autarquias a fazer. Quando não se faz nada, criticam e, quando se faz alguma coisa, não vão ver”, lamentou o especialista em música, que espera envolver a Ophicina em vários eventos culturais.

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