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Idália Serrão veio a Oliveira do Hospital “defender até às últimas consequências aquilo que é a solidariedade social”

 

A Plataforma de Atendimento e Acompanhamento Social Integrado é a mais recente resposta social ao serviço do concelho e que, no último sábado, motivou a visita da secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação a Oliveira do Hospital.

A presidir à assinatura do protocolo daquela resposta social, desenvolvida em parceria pelo Contrato Local de Desenvolvimento social, Rede Social Concelhia e Centro Distrital da Segurança Social de Coimbra, Idália Serrão classificou de “inequívoca” a “forma ativa e empreendedora com que se trabalha no concelho”.

A par do retrato social concelhio, a governante não deixou de lamentar as vozes críticas dos que, a nível local, se opuseram à criação do Contrato Local de Desenvolvimento Social para, entretanto, elogiar o trabalho social desenvolvido no concelho e que, em determinadas áreas “chega a ser pioneiro”.

Perante uma realidade social composta por 20 Instituições Particulares de Solidariedade Social que são responsáveis pela manutenção de 550 postos de trabalho no concelho, Idália Serrão elogiou as preocupações sociais sentidas pelos responsáveis do poder local, mas não deixou de sublinhar a intervenção do governo e dos portugueses em geral em todo este processo.

“O dinheiro pago aos 550 trabalhadores é de todos nós”, esclareceu, clarificando que em 2010, o estado transferiu quatro milhões e 839 mil Euros para Oliveira do Hospital. “Estamos a apoiar, directamente as famílias dos utentes e, indirectamente outras famílias pela criação de postos de trabalho”, referiu.

Numa altura em que o país passa por uma situação “muito delicada”, a governante alertou para a necessidade de os portugueses “arrepiarem caminho” e tomarem consciência da “importância de cada um para que o país se levante”. “Há aqui princípios que podem fazer a diferença e não devem ser aligeirados”, considerou, notando que “o papel do estado social deve ser salvaguardado e entre os cidadãos deve haver solidariedade”. Defendeu por isso a necessidade de solidariedade daqueles que têm “uma carreira contributiva mais elevada” para com os que a têm mais baixa.

“Isto é uma questão de princípios”, continuou, verificando que “com as negociações que foram feitas, faz toda a diferença ter princípios e ideologias fortes e defender até às últimas consequências aquilo que é a solidariedade social”.

Serrão não deixou, porém, de defender os que continuam a depender das ajudas do Estado para viver, como é o caso dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), porque “há mínimos com os quais uma pessoa tem que viver”. “Não se pode dizer que são todos uns malandros que não querem trabalhar e que só querem viver à nossa custa”, frisou, notando que há maior deteção de fraude na área das baixas médicas, do que de RSI.

Num dia em que dedicou as atenções ao concelho de Oliveira do Hospital, Idália Serrão não se ficou pelo Salão Nobre da Câmara Municipal e visitou o mercado biológico, Banco Local de Recursos Sociais e ARCIAL. Na Casa da Cultura, visitou a exposição de José Penicheiro.

“O principal problema do concelho é o desemprego”

Numa cerimónia onde se recusou a abordar o repetido tema dos Itinerários Complementares, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital deu tréguas às queixas e enalteceu o trabalho realizado na área social. “O interior é discriminado em relação ao litoral por causa de questões de escala, mas nesta área somos um concelho rico porque prestamos serviços àqueles que mais precisam”, afirmou José Carlos Alexandrino elogiando o trabalho realizado por todos os parceiros.

A satisfação do autarca foi, no entanto, rapidamente, assaltada por preocupações que se prendem com a inexistência de uma Unidade de Cuidados Continuados e de Cuidados Paliativos no concelho. Mas, foi sobretudo com as taxas de desemprego e consequente situação de sobreendividamento das famílias que José Carlos Alexandrino se mostrou mais preocupado.

“O principal problema do concelho é o desemprego”, contou o autarca que, à data, se vê a braços com um total de 852 desempregados. Para fazer face a situações de carência, o município tem em marcha respostas sociais, como são exemplo, os bairros socais, Banco de Recursos Sociais, apoios monetários, gabinete de Inserção profissional e vai avançar com o Plano Municipal para a Igualdade.

Apesar de fazer uma avaliação positiva do trabalho realizado na área social, José Carlos Alexandrino tem consciência de que os atuais cortes do governo vão representar um “prejuízo nítido para o país”. O autarca assegurou, contudo, que o município tem “mentalidade para se adaptar às reformas, não para piorar os serviços, mas sim para melhorar a qualidade de vida das pessoas”.

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