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Idosos dão provas de que “nunca é tarde para aprender”

 

Quando entrou no Centro Social e Paroquial de Lagares da Beira, Maria da Conceição Jesus “não conhecia uma letra”. “Apenas imitava a primeira letra do meu nome há já algum tempo”, contou a senhora que, aos 82 anos, saboreou a felicidade de conhecer as letras e de, pelo menos, assinar o próprio nome.

Maria da Conceição Jesus integra o grupo de cerca de 80 utentes de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho que, ontem, numa cerimónia realizada no Centro Paroquial de Solidariedade Social de Santa Ovaia, viu reconhecido o “sucesso” da sua participação no designado projeto “AEIOU” promovido pelo Contrato Local de Desenvolvimento Social- TEAR.

Maria Elisa Bernardo, utente da mesma instituição, aos 74 anos aprendeu a escrever e, em particular, a fazer o simples gesto de “pegar no lápis”. “Em vez de ir para a escola, fui para o campo”, lamentou, contando que a isso foi obrigada devido ao elevado número de irmãos.

Para além da felicidade por aprender a assinar o próprio nome, Aurélia Borges, de 72 anos muito agradece a “paciência” da professora Paula Ferreira, elemento do CLDS que, semanalmente, se deslocava à instituição para contagiar os idosos com a alegria de conhecer as letras e os números.

“Eles mostraram-se muito empenhados e interessados”, contou a jovem professora que, do mesmo modo, sentiu, “tamanha gratificação” ao ensinar as letras àqueles que já passaram por toda uma vida longe da escrita e da leitura.

Para além do ensinamento que efetuou ao nível da alfabetização e aprendizagem de computadores junto dos idosos, Paula Ferreira destaca a importância que o projeto teve junto de dois jovens analfabetos, com idades na casa dos 30 anos, residentes em Seixo da Beira e Vila Pouca da Beira. “São dois casos de aprendizagem de sucesso”, contou satisfeita.

O envolvimento de mais de 80 utentes no projeto “AEIOU” mereceu, ontem, o aplauso do vice- presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e vereador da Ação Social, que destacou “o empenho” demonstrado pelos utentes.

“Todos nós temos obrigação de aprender ao longo da vida”, considerou José Francisco Rolo, destacando a importância de continuação do CLDS, cujo fim está previsto para 8 de julho. Direcionando um elogio à equipa que levou este projeto junto dos idosos, Rolo verificou que “há boas razões para que seja prolongada a ação do CLDS em Oliveira do Hospital”.

“Temos aqui a prova de que nunca é tarde para aprender”, referiu Joaquim Garcia, presidente da Associação de Desenvolvimento Social e Cultural do Vale do Cobral, que também destacou o “êxito do projeto” e, em particular, a capacidade que o CLDS teve em mobilizar e trabalhar com pessoas de idade mais avançada”. “Continuem a aprender”, desafiou o responsável.

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