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Itinerário Complementar “meia dúzia” e “discursos” – 22 de Maio… Autor: João Dinis, Jano.

Era uma vez um município à beira-serra plantado. Bonito. Todos os dias feito por suas Gentes e, dizem-nos, pelos seus dirigentes.

Diz-se que esse município foi “recolocado no mapa”. Porém, e apesar disso, o mais difícil é chegar lá por estradas que maus estão os acessos. O mais velho destes – entra e sai do município – está cheio de artroses e varizes… O mais novo, acaba ainda antes de entrar e abandonado está no meio de um pinhal…

Passam-se anos, e “artistas” atrás de “artistas” – maus governantes – têm passado pelos (des)governos e sempre pintam a cena com conversa fiada mas de bons acessos é que nada !

O  Povo agitou-se, juntou-se e reclamou !  Queremos Obra! Bons acessos!

O Presidente “apostou” o cargo em que sim, que vai haver. Enfim, nós estamos cá para ver, e para depois crer…

Estará para cá vir um outro “artista” dos de Lisboa. Mais “finório”, anda afoito… Aperta-nos nos “défices” orçamentais e noutros que tais. Bem, alguma coisa, afinal, já ele desapertou mas por aí até agora se quedou. Mas, bolas, está agora a ser mais papista que os “papas” de Bruxelas. E sorri, sorri enquanto nos aperta… Coisa esperta.

Estamos em Maio, o “mês de Maria”. Talvez a Santa tenha feito milagre sensibilizada com a “tolerância de ponto” (12 Maio) aos Funcionários Públicos…

Maio maduro Maio quem assim falou mas afinal faltou?…

Como estava prometido, ele em Maio vem ao tal município (des)encantado.

Para aqui dizer, tomem nota para não esquecer:

— “Meus Caros Munícipes deste município ´abençoado´ pela Natureza, e também pela política.   Quero começar por agradecer os Convites feitos pelo vosso Presidente para cá vir a este município.

Quero dizer-vos que o nosso País está em recuperação com as políticas deste governo mas ainda falta consolidar as finanças e a economia. Na união Europeia, nós acabámos de deixar os apertos financeiros a pretexto dos procedimentos por “défice excessivo” mas não podemos malbaratar recursos… Há que fazer escolhas e definir prioridades.

Mas aqui neste município (abençoado pela sorte…) tendes um Presidente que não descansa; que vai a Lisboa; que diz que bate com a porta se não lhe fizermos 19 Km do Itinerário Complementar meia dúzia… Sim, podereis agradecer à Providência esse privilégio. Tendes um Presidente que não desiste e que por isso merece que o governo o ouça e lhe procure corresponder ainda que o tal Itinerário Complementar meia dúzia saia de dentro de um pinhal e passados uns quilometrozitos fique dentro de outro… Mas, mesmo assim, ele tem lutado muito pelos acessos. Note-se que já lhe demos uma “prenda” e que é o arranjo daquele pedacito da velha estrada nacional que há uns cem anos ou mais atravessa este município.

Mas ele quer uns quilómetros mais no Itinerário Complementar da meia dúzia… Pois é com grande prazer e alegria que aqui venho hoje (22 de Maio) anunciar que, sim senhor, ele vai ter (um dia) esses quilómetros mais e que vocês também vão ficar satisfeitos como ele e por ele.

Mas também quero dizer aqui que o anterior governo é o culpado por já não estarem feitos esses quilometrozitos pois retirou o Itinerário Complementar da meia dúzia das prioridades rodoviárias e, por isso, ficou sem fundos comunitários, no actual Portugal 2020, para fazermos agora a obra.

Este meu governo reconhece que as regiões de interior precisam de bons acessos como condição para o seu desenvolvimento económico e social. 

Por isso mesmo, o meu governo vai pôr em prioridade nacional a obra de rectificação do Itinerário Principal 3. É justo!

Mas aqui o nosso Presidente (PS) deste município diz que não chega…

Pois também quero aqui anunciar que o Itinerário Complementar da meia dúzia está já a ser considerado para poder entrar numa candidatura a fundos comunitários provavelmente ao abrigo do chamado ´Plano Junker´ da Comissão Europeia.

Trata-se de uma candidatura que o meu governo pensa apresentar a Bruxelas ainda este ano ou logo no início do próximo ano de 2018. Ou seja, logo que esses fundos comunitários estejam assegurados, poderemos então passar a esta obra dos 18 ou 19 quilómetros mais do Itinerário Complementar da meia dúzia, o que deverá acontecer o mais rapidamente possível. Quiçá ainda durante o próximo ano, se conseguirmos os tais fundos comunitários, pois entretanto já estamos a trabalhar nos respectivos preparativos, nos ´ante-projectos´ e nos ´estudos´ que os ´artistas´ de anteriores governos tinham prometido.

Senhor Presidente deste município – que tem a sorte de o ter como Presidente ´PS´ – a sua insistência, a sua convicção, a sua luta convenceram-me e ao meu governo.

Vamos pois fazer avançar o Itinerário Complementar da meia dúzia nos próximos tempos (apesar do que por aí vão avisando uns ministros e eu próprio noutros municípios…)! Provavelmente, avançará ainda durante o próximo mandato autárquico, ou seja, até 2021, período em que, estamos convictos, Vossa Excelência cá vai continuar como Presidente (PS)! E se não continuar, por sua vontade ou por vontade popular, é o município que perde. Se isso acontecer, e porque de enorme ingratidão se trataria, teríamos então que mudar o Povo deste município.

Muito obrigado!”.

***

Sim, na verdade este é um discurso “inventado” a partir da realidade política do momento em Oliveira do Hospital, Afinal, o Primeiro voltou a adiar a visita.

E, se quiséssemos, poderíamos também “ante-escrever” o discurso do Presidente do município que tem a sorte de o ter como Presidente (PS). Mas o discurso supra já foi “a brincar” que não somos nem “bruxos”, nem conselheiros nem assessores… E, de facto, ainda não foi desta que o homem-primeiro cá veio… Mas ele virá, virá, e “música” nos dará…

Todavia, para inspirar, aqui se lembra um pequeno extracto de um poema célebre:

– “ Dos Faraós se diz que construíram as Pirâmides.

Mas, quem pagou a factura?”.

Ou seja, eu cá sou daqueles que estiveram “lá” quando o Povo foi convocado para a luta! Eu cá sou daqueles que ainda paga impostos!

Outras prioridades

Reafirma-se:

— Os tais 18 ou 19 quilómetros do IC 6 são “apenas” isso, um pedacito mais…

Se fôssemos obrigados a fazer uma escala por ordem degressiva de prioridades púnhamos:

— Precisamos, sim senhor, de um grande e completo arranjo da EN 17.

— Precisamos da rectificação do IP 3, particularmente no troço entre a saída do IC 6 e a Auto-Estrada, em Coimbra-Norte.

— Precisamos da continuação do IC 6, enfim, para já até Folhadosa, mas também até Seia e até Celorico da Beira à A 25.

— Estes 18 ou 19 quilómetros do IC 6 em promessa – mas ainda por quantificar no tempo e garantir no orçamento – sendo para nós “emblemáticos” não passam disso. No máximo, “aliviam (consciências) mas não satisfazem”… Entendamo-nos.

Autor: João Dinis, Jano

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