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“Já não será possível” erradicar o Nemátodo da Madeira do Pinheiro

…“já não será possível”, numa altura em que só na região Centro estão afectados mais de cem mil hectares. O alerta foi dado no decorrer do seminário “Nemátodo da Madeira do Pinheiro – Que futuro para a floresta de pinho em Portugal?”, realizado em Coimbra.

Vasco Campos descreveu a situação como “muito preocupante” e – segundo a Agência Lusa – lamentou que não tenha vindo a merecer a devida atenção. O responsável frisou ainda que o plano de combate da doença que está em marcha “precisa de ajustes”, sublinhando que as medidas que estão a ser tomadas “não chegam” para fazer frente ao problema.

“Temos de agir de uma forma muito mais rápida, concertada e clara, o que se está a passar na região Centro é demasiado grave para que não se tome uma acção a sério de corte de árvores infectadas”, defendeu Vasco Campos, considerando que a acção do Estado deve ter em conta as particularidades da floresta do pinheiro na região Centro. Especificou que se trata de uma floresta caracterizada por “proprietários ausentes, propriedades abandonadas, micro-parcelas e organizações de propriedades florestais ainda pouco fortes”.

Edmundo Sousa, engenheiro florestal do Instituto nacional dos Recursos Biológicos destacou também o facto de a situação ter chegado a um ponto em que “já não se conseguirá erradicar” o nemátodo de Portugal. Para o investigador, “a grande acção” que deve ser tomada é “cortar as árvores afectadas enquanto o insecto ainda se encontra dentro delas, ou seja, durante o período do Inverno”. Destacou ainda a necessidade de, no local do corte das árvores, se proceder à destruição dos sobrantes.

Para Edmundo Sousa, na região Centro “o grande problema é operacional”, sendo necessário reforçar os apoios aos proprietários. “Temos de ir muito mais para o campo, apoiar mais os proprietários, têm de ser os gabinetes das próprias câmaras municipais ou as associações florestais a desenvolver mecanismos para destruir os sobrantes”, defendeu.

Luís Dias, dirigente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), denunciou a existência de “uma discriminação negativa dos proprietários florestais, em muitos casos vistos como parte do problema, mas são os mais prejudicados”. Os produtores “têm de ter uma gestão activa na erradicação das árvores afectadas e poder actuar ao nível da reflorestação”, sustentou o dirigente sublinhando que “há instrumentos no âmbito da União Europeia que, ao nível do Estado português não estão acessíveis”. Deu o exemplo do novo PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural que – como sustentou – “não pode ser um emaranhado burocrático em que não se consegue de nenhuma forma ter acesso”, criticou.

De acordo com Telma Ferreira, da Autoridade Florestal Nacional, no âmbito do combate da doença do pinheiro, este ano foram “realizadas 2.608 análises”, das quais “70 deram resultados positivos”, situando-se “a maior parte (60) na região Centro”.

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