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Decididamente, Mário Alves não respeita os resultados eleitorais do PSD de Oliveira do Hospital e muito menos a legitimidade democrática que o líder do seu partido – eleito em 2006 e reeleito em 2008 – adquiriu, por sufrágio, para gerir os destinos do PSD nos próximos dois anos.

Apesar de a Comissão Política de Secção do PSD já lhe ter dito – por sucessivas vezes – que jamais aceitaria tê-lo como candidato do partido às próximas eleições autárquicas de 2009, Alves acha-se no papel de dono da bola e, por isso, embirra que só há jogo se ele se mantiver em campo.

Jogos de Poder

Esta é pelo menos a lógica política que transparece da sua entrevista ao jornal Folha do Centro e na qual, curiosamente, decide disponibilizar-se como candidato por um partido cuja actual liderança, não só o enjeita como o contesta veementemente na praça pública. Além disso, Alves sabe que o PSD local apareceu nestas últimas eleições internas com José Carlos Mendes a anunciar-se como o seu sucessor, nas autárquicas de 2009. E foi, nessas circunstâncias e numa conjuntura concreta, que os militantes sociais-democratas optaram pela eleição de um líder que apelou ao não no “tratado” de Mário Alves.

Por mais afrodisíaco que o poder seja, num sistema democrático os partidos têm regras que devem ser respeitadas. Querer conquistar na secretaria o que não se conquista nas urnas, é pura e simplesmente um regresso ao passado que os portugueses há muito enterraram.

Se Mário Alves acha que tem peso político e coragem para ir a votos em 2009, nunca o poderá fazer contra a vontade de quem gere o partido. Como diria alguém, “isso é elementar…”. O que Alves pode fazer – e aí sim, o jogo é democrático – é seguir os exemplos de Isaltino Morais, em Oeiras, e de Valentim Loureiro, em Gondomar. Passa a correr por sua conta e risco.

Henrique Barreto

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