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Jornais fecham-se no papel e abrem-se no digital

Jornais fecham-se no papel e abrem-se no digital: Autor: Luís Paulo Rodrigues

Há dias, o director de um dos maiores jornais de Fortaleza e do Nordeste do Brasil – que integra um grupo de comunicação que tem rádio e televisão há muitos anos –, dizia-me que o futuro dos jornais impressos está no jornalismo local e regional. No caso, estamos a falar de jornalismo local e regional numa cidade em cuja área metropolitana vivem 3,5 milhões de pessoas, tanto como na cidade de Madrid, que é a maior da Península Ibérica.

Concordo com a opinião do director de jornal brasileiro em causa. Por isso é que a informação nacional e internacional tem cada vez menos espaço na edição em papel do seu jornal, tendo sido subtraídos os colaboradores de temas nacionais e internacionais. Isto no que concerne à edição em papel, porque, na edição online, isso não acontece. “Com a Internet, os jornais se fecham no papel, focando-se no jornalismo de proximidade, e se abrem no digital, chegando a todo o mundo e dando espaço a toda a informação”, dizia ele, numa observação muito curiosa.
Apostando no jornalismo local, os jornais impressos reforçam o vínculo com a sua comunidade de leitores. Os leitores, por seu lado, passam a sentir que aquele é o jornal em que podem confiar, pois é aquele que fala dos seus problemas, e passam a incorporar um elemento emocional no processo de decisão de compra do seu jornal diário. Pode ser um caminho.
Até agora não tem sido esse o caminho percorrido pelos jornais portugueses, que praticamente eliminaram a informação local das suas páginas em papel e das edições digitais (informação local que exige investimento e dá trabalho, pois não há agências internacionais a descobrir as histórias e a escrever os textos), ficando cada vez mais virados para si mesmos, para a macropolítica de Belém, S. Bento e Bruxelas, para os interesses da alta finança e das empresas com dinheiro para boas assessorias – que representam os interesses mais fortes –, e para as vacuidades das pobres celebridades que transformam algumas páginas da imprensa em feiras de vaidades de fraca qualidade.

1555346_1454574631428421_1715721148_nAutor: Luís Paulo Rodrigues é jornalista e consultor de comunicação. É autor do blog “Comunicação Integrada”

(http://luispaulorodrigues.blogspot.com e https://www.facebook.com/lprcomunicacaointegrada), onde escreve sobre marketing de cidades, redes sociais, jornalismo, entre outros assuntos no âmbito das ciências da comunicação.

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