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José Carlos Alexandrino debaixo de fogo, após António Costa não se ter comprometido com a datas para construção do IC6

Os candidatos já assumidos à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital consideram que, depois das declarações do primeiro-ministro ontem durante a inauguração da BLC3 onde revelou que a construção do IC6 só acontecerá quando existirem condições financeiras para a realizar, José Carlos Alexandrino não pode manter a sua palavra e continuar como candidato a um novo mandato. Recorde-se que o ainda presidente da autarquia garantiu que a sua recandidatura estava dependente de garantias de construção reais para o próximo mandato daquela via e que António Costa viria a Oliveira do Hospital garantir a obra “de viva voz”. Não aconteceu. O governante limitou-se a dizer que neste momento só pode avançar com o concurso para a realização do projecto do prolongamento daquela via.

O candidato do PSD não ficou surpreendido com as palavras de António Costa que, diz, vêm na sequência das declarações de outras membros do governo. “Isto apenas confirmou aquilo que tenho afirmado ao longo do tempo sobre este tema: só haverá IC6 quando existirem as necessárias condições financeiras. Não se entende como é que José Carlos Alexandrino insiste que teve ontem garantias que mais ninguém ouviu”, refere João Paulo Albuquerque, para quem as palavras de António Costa na final do seu discurso, e em pouco mais de dois minutos, acabaram com o argumento crucial que o actual presidente da Câmara Municipal tinha colocado a si próprio para se recandidatar.

“Esperava que o senhor presidente da Câmara tivesse abandonado a sala quando ouviu aquelas declarações que desmentiram tudo o que ele andou a dizer desde Março. De viva voz, António Costa relegou a obra para quando houver dinheiro, não se sabe quando, e deixou apenas a garantia de que irá lançar imediatamente o concurso para o projecto da obra, algo que eu pensava já estar realizado”, continuou o social-democrata.

João Paulo Albuquerque vai mais longe e considera que se cumprir a sua palavra José Carlos Alexandrino não será candidato. “Essa seria a minha postura se estivesse comprometido com a população nos termos em que ele está. Mas já estamos habituados à forma como José Carlos Alexandrino engana e tenta manipular a população. Este é apenas mais um episódio e ele vai insistir que o primeiro-ministro disse aquilo que mais ninguém ouviu a não ser ele próprio para tentar transformar uma mentira numa verdade. O eleitorado cá estará para o julgar a 1 de Outubro”, rematou, lamentando que o primeiro-ministro também não tenha tido uma palavra sobre os problemas da saúde no concelho, da justiça e o regresso a anterior plano de freguesias.

O cabeça de lista à Assembleia Municipal da coligação liderada pelo CDS/PP, Luís Lagos, que marcou presença no evento de inauguração, juntamente com o líder da candidatura, Nuno Alves, também considerou ontem no final da cerimónia que o actual presidente da autarquia perdeu a principal condição que tinha colocado a si próprio para avançar para um novo mandato, logo não vê como pode manter a sua palavra e permanecer na corrida. O presidente da Distrital do CDS/PP, mais tarde no facebook, voltou a este tema. “Se depois disto o Senhor Presidente do Município se candidata, ele é que sabe. Não sou eu que estou cá para o julgar. É o eleitorado. Mas há uma coisa que não posso deixar de julgar, hoje. Que é uma tentativa assustadora de vender uma mentira por parte de responsáveis políticos. Que depois de ouvirem dizer ao senhor primeiro-ministro o que eu, também, ouvi, continuarem a afirmar e a partilhar publicações no facebook onde asseguram que temos IC6 em 2018-2019. Isso não passa de tentativas de vender uma ilusão e uma mentira às pessoas e isso, só por cobardia, podia deixar passar em claro”, escreve, continuando sublinhando que isto jamais se passará com a candidatura patrocinada pelo seu partido. “Há uma coisa que o CDS não fará nas suas candidaturas autárquicas em Oliveira do Hospital. Quer à liderança do executivo, com o Nuno Alves, quer comigo, na Assembleia Municipal, que é mentir ao eleitorado para termos mais uns votos. Isso não vamos fazer! Preferimos chegar ao fim sem votos, mas de consciência tranquila e dever cumprido”, frisou.

Luís Lagos aproveita ainda para referir aquilo a que assistiu in loco. “Costa prometer, promete, mas sem nenhum compromisso temporal. Qual IC6 em 2018-2019! Em 2018-2019 temos uma possível candidatura do projecto a fundos comunitários no quadro comunitário posterior ao Portugal 2020. Arrisco dizer que IC6 antes de 2022/2023 é uma miragem. Nunca antes do próximo mandato autárquico terminar. Foi isto que o senhor primeiro-ministro nos veio dizer hoje. Fico triste que assim seja, quando no país se vão anunciando alguns, embora poucos, investimentos que tenho por menos prioritários do que este, que tanta falta faz à Beira Serra”, sublinhou, acentuando que não gosta destes “números”. “Não gosto de ver manipulações e números políticos à volta de um investimento tão importante para o meu concelho. E também escusam de vir com a conversa de que o anterior governo retirou o IC6 dos investimentos prioritários e que não fez nada para que se fizesse. É que eu não tenho nenhum problema com isso. Até cheguei a participar em manifestações contra o governo que apoiava para dizer isso mesmo”, rematou.

António LopesJá António Lopes diz que as considerações sobre este assunto é chover no molhado e perante a questão se José Carlos Alexandrino continua a ter condições para ser candidato limita-se a dizer: “Parafraseando Humberto Delgado, obviamente que não”. “Não há nada a dizer. Por nove vezes, os dirigentes do PS e governantes disseram publicamente que não havia dinheiro. Sucessivamente e a espaços relativamente curtos. Se ainda assim o Senhor Presidente fez depender a candidatura da garantia de construção do IC, hoje, resulta inequívoco que não haverá IC no próximo mandato. Depois por lei, já não poderá candidatar-se. Logo pela coerência e nobreza da política, o senhor Presidente não tem condições de se candidatar. Se o fizer só vem reforçar tudo o que há seis anos comecei a pensar dele e progressivamente se tem vindo a confirmar”, conta, para concluir que o caso de José Carlos Alexandrino é o poder pelo poder, protagonismo pelo protagonismo. “Basta ver a reacção dele quando vê um microfone”, concluiu.

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