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Munícipe queixa-se de prejuízos depois de colaborar com benefício público

… a água ao fontanário e lavadouros de Chamusca da Beira, mas vê-se prejudicada com o desabamento de um muro particular que nem a Junta, nem a Câmara Municipal se disponibilizam para arranjar.

Já remonta ao anterior mandato autárquico, o verdadeiro pesadelo que uma habitante de Chamusca da Beira tem vindo a viver depois de ter autorizado, em terreno circundante à casa que habita, a realização de trabalhos de substituição das tubagens que fazem chegar água ao fontanário e lavadouros localizados no centro da povoação.

É que decorrente da intervenção que consistiu em escavar uma parte inferior do muro, na zona central, Fernanda Matias tem vindo ao longo dos vários invernos a assistir à degradação do muro que, no passado mês de novembro, chegou mesmo a desabar.

A situação que chega a constituir algum perigo para as pessoas que se aproximem já foi, por várias vezes reportada pela proprietária ao presidente da Junta de Freguesia de Lagos da Beira, mas até ao momento ainda não foi objeto de qualquer tipo de intervenção.

Fernanda Matias garante que no próprio dia em que os funcionários escavaram o muro, logo alertou para o perigo de a estrutura ficar frágil, prevendo até um futuro desabamento. “Ainda estava a trabalhar e quando fui almoçar avisei para não escavarem o muro”, recordou ao correiodabeiraserra.com, contando que no inverno seguinte o muro deu sinais de cedência.

“Ainda fui arranjando durante três invernos, mas agora não mexo em mais nada”, refere a proprietária que se sente lesada e nada satisfeita com a atitude do presidente da Junta de Freguesia que “sempre desvalorizou o assunto”.

“Alertei-o muitas vezes para a situação e numa das vezes perguntou-me, em tom de gozo, se o muro já tinha caído”, relatou a moradora, contando que desde aí entregou o caso ao advogado. Depois de o muro desabar, Fernanda Matias nunca mais abordou o autarca – “ele não goza mais comigo”, frisou – mas já reuniu com o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, que fez questão de ir conhecer a situação.

Ainda que aprecie a disponibilidade de José Carlos Alexandrino para se inteirar do problema, Fernanda Matias não deixa de se mostrar descontente pelo facto de a visita não ter resultado em nada de positivo. “Disse-lhe que ia para o advogado e o presidente até me disse que me aconselhava a isso mesmo”, contou.

Apesar de não sentir qualquer prazer em manter a situação tal como está, Fernanda Matias recusa-se a arcar com os prejuízos e garante estar disposta a ir até às últimas consequências.

A proprietária tem noção de que o arranjo do muro não vai ficar barato e até compreende que no atual momento de crise não é a melhor altura para a Junta ou a Câmara despenderem de verba para o muro.

No entanto, Fernanda Matias gostaria de poder contar com alguma espécie de solidariedade da parte dos responsáveis locais. “Disponibilizei-me para colaborar para o arranjo de um bem público e agora ninguém se preocupa comigo”, lamenta a proprietária que se confessa cansada de esperar que lhe resolvam a situação. “Bem sei que este problema não é pequeno, mas eles têm máquinas e conforme estragaram também podem arranjar”, referiu.

Autarca de Lagos da Beira diz não ter provas que relacionem o desabamento aos trabalhos de substituição das tubagens

Confrontado pelo correiodabeiraserra.com acerca do assunto, o presidente da Junta de Freguesia de Lagos da Beira disse não estar em condições de poder resolver o problema de Fernanda Matias.

“Como é que eu posso provar que foi disso ou não”, referiu o autarca, contando que depois dos trabalhos de substituição das tubagens, a moradora realizou obras no muro e colocou paralelos na zona envolvente.

“Não há nada que garanta”, continua o autarca que, em tempos idos, diz ter exposto o problema ao anterior executivo municipal, mas que o presidente Mário Alves nunca se disponibilizou para resolver a situação.

José António Guilherme conta ainda que fruto de todo este processo, Fernanda Matias até deixou de lhe falar. Contudo, o autarca lembra que a culpa não é sua e que “por muita vontade que tivesse em resolver o problema, também não tem máquinas, nem dinheiro para o fazer”.

O autarca confirma ter sido abordado pela moradora pessoalmente, mas também assegura nunca ter recebido nenhuma participação por escrito relativamente ao caso. Guilherme insiste, porém, com o argumento de que entre os trabalhos de substituição das tubagens e o desabamento do muro “passou muito tempo” e a proprietária fez obras no muro e espaço envolvente. “Ela fez lá várias intervenções, inclusivamente os paralelos não estavam lá”, concluiu.

Contactado por este diário digital, o gabinete de apoio ao presidente da Câmara Municipal refere que o caso é do conhecimento de José Carlos Alexandrino. No entanto, à semelhança do que é argumentado pelo presidente da Junta de Freguesia, também o município diz não ter provas que relacionem o desabamento com os trabalhos realizados, não havendo por isso condições para a resolução do problema que Fernanda Matias tem mesmo à porta de casa.

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