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Presidente da Câmara encara Balcão Único como a “mais formidável revolução ocorrida ao nível dos serviços”

 

A assinalar um feriado municipal “intimamente” ligado à implantação da República em Portugal, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital considerou, hoje, estar também a assinalar “a mais formidável revolução corrida ao nível dos serviços municipais desde o alvor da democracia”.

José Carlos Alexandrino referia-se assim, em concreto, ao Balcão Único que hoje foi inaugurado nos Paços do Concelho e que assinala a aposta do município na melhoria da prestação dos serviços junto dos oliveirenses.

“Na verdade, é toda uma nova forma de relacionamento com os munícipes que hoje aqui se inicia”, afirmou o autarca, certo de que, a partir de hoje, a Câmara irá primar pela celeridade na resposta, exatidão na informação disponibilizada e maior cordialidade no atendimento.

Na opinião do líder do executivo, responsável pela criação do balcão único em Oliveira do Hospital, a nova aposta pretende transportar o município para “um nível de prestação de serviços, alinhado com o século XXI e que apela à valorização dos recursos humanos para elevar a qualidade do contacto direto”.

Do mesmo modo, Alexandrino chamou a atenção para as restantes mais valias do Balcão Único que, para além de se preparar para o modelo online, abraça também “conceitos de ecologia e economia de tempo”.

Em dia de inauguração do Balcão Único, José Carlos Alexandrino não deixou de se fazer acompanhar do empresário Joaquim Fernandes Marques, pai do falecido Pedro Marques, para assim lhe prestar justa homenagem quer pela obra realizada na Biblioteca Municipal, quer no espaço que, a partir de hoje, está ao serviço de toda a comunidade.

Numa cerimónia onde foram agraciadas personalidades e premiada a excelência, o presidente da Câmara Municipal reafirmou a disponibilidade do município para continuar a apoiar a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH) que “passou, por culpa de outros, por um processo conturbado”.

“Acreditamos que a ESTGOH tem futuro e tudo faremos para que isso aconteça”, afirmou José Carlos Alexandrino que, à semelhança do que tem vindo a defender, liga o futuro do ensino superior concelhio à Plataforma de Desenvolvimento da Região Interior Centro, entidade que “hoje tem em mãos o maior projeto nacional na área dos biocombustíveis de 2ª geração”.

Numa intervenção onde valorizou a defesa da economia do concelho e a “capacidade empreendedora e de resistência dos nossos empresários”, o autarca voltou à carga com o tema das acessibilidades, enquanto “peça estruturante para o desenvolvimento do concelho”.

“Continuamos com o compromisso, assumido e claro, de nos batermos pela finalização do IC6 até ao concelho de Oliveira do Hospital e pelo arranque do troço do IC7 que nos ligará à A25”, atestou Alexandrino, na certeza de que “estas vias eram uma prioridade no passado e continuam a sê-lo no presente”.

O presidente que se recusa “a alimentar discursos pessimistas”, mas que admite estar perante “um tempo de novas opções políticas e de novas exigências”, não deixou de se revelar ambicioso relativamente ao futuro.

A requalificação do mercado municipal e construção da central de camionagem são obras que surgem à cabeça de um conjunto de novos projetos que Alexandrino conta levar por diante, sem descurar a política de descentralização de competências no domínio das 21 freguesias.

Ao mesmo tempo que afirmou a solidariedade do município para com as pessoas, em particular para com os que vivem grandes dificuldades, o autarca também se posicionou ao lado das 21 juntas de freguesias que se vêm a braços com as imposições do livro verde, recentemente apresentado pelo governo de Pedro Passos Coelho. “Não faz sentido falar em extinção. Não queremos reviver outra vez as diferenças de opinião e o que aconteceu no passado”, frisou.

“Se têm que mudar não é certamente nos municípios e nas freguesias”

Uma preocupação também partilhada pelos representantes partidários do concelho – o movimento independente “Oliveira do Hospital Sempre” não se fez representar nas intervenções – que formam unânimes em considerar que a extinção de freguesias irá penalizar as populações.

“Não nos tirem o que cá temos. Já perdemos os melhores que vão estudar para o estrangeiro e não voltam. Se extinguem freguesias ficam cá os idosos e poucos mais”, considerou o socialista Rodrigues Gonçalves, que se revelou crítico relativamente às opções do atual governo e lembrou que os oliveirenses “precisam do IC6”.

Para além de também reivindicar o IC6 até ao concelho, o social-democrata João Esteves chamou a atenção para o caso da ESTGOH, apelando à união de esforços “pela sua manutenção e desenvolvimento”.

Sobre a reforma administrativa, o deputado municipal eleito pelo PSD alertou para a necessidade de um “debate nacional” sobre esta matéria, por entender que a mesma “não pode ser feita numa ótica de poupança, em prejuízo das populações”.

Reiterando a sua já conhecida indignação relativamente à atuação das “troikas”, João Dinis, da CDU, alertou para o “programa de desastre nacional” que está em marcha, em particular para o corte “brutal” nos apoios e serviços públicos.

Contra a “austeridade em cima da austeridade”, João Dinis criticou a intenção de assassínio das freguesias e municípios “ao arrepio da vontade das respetivas populações” e, deu como certa uma “luta” “que já se está a travar contra o programa nacional das troikas”.

Uma preocupação que também não deixou de ser sentida pelo presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, para quem a poupança de 15 milhões de euros apregoada pelo governo “não vem diminuir os problemas”.

António Lopes lembrou que os municípios e juntas de freguesia são o “porto seguro dos nossos idosos, dos mais necessitados e carenciados” e que “são o rosto visível da organização do Estado nas nossas aldeias”.

Para o presidente da Assembleia Municipal, a aplicação da reforma administrativa terá prejuízos superiores aos ganhos, pelo que deixou o alerta: “se têm que mudar não é certamente nos municípios e nas freguesias. Façam o que têm a fazer e deixam fazer quem faz bem feito”.

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