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“Não foi preciso a lei da paridade para que a competência das mulheres fosse reconhecida no concelho”

“Apesar de sermos um concelho do interior, onde nem tudo cá chega tão rápido, a verdade é que, em Oliveira do Hospital, a lei chegou ainda antes de existir”, afirmou ontem a responsável pelo pelouro da Acção Social na autarquia oliveirense, na tertúlia “Lei da Paridade … Uma Prioridade”, promovida pela ADIBER.

Presente na qualidade de moderadora da iniciativa, Elsa Correia não deixou de enaltecer o facto de, o executivo a que pertence ser constituído por três mulheres, num conjunto de sete elementos. “É gratificante até para o funcionamento do próprio órgão”, frisou, esperando que no futuro a “lei seja cumprida”, já que até aqui “não foi precisa a lei da paridade para que a competência das mulheres fosse reconhecida no concelho”.

Perante uma reduzida plateia, a tertúlia realizada no auditório da Caixa de Crédito Agrícola de Oliveira do Hospital revelou ainda, pela mão de Artur Abreu, os números daquilo que tem sido a participação das mulheres na vida pública nacional nos últimos anos. Contudo, o dirigente da Associação Cultural e Multimédia de Oliveira do Hospital afirmou-se discordante da lei em análise, por considerar “desprestigiante para as mulheres que concorrem nas listas, poderem pensar que a sua participação é só para cumprir uma quota e não tem por base a sua qualidade”.

Certo de que “a prazo vão aparecer mais mulheres no topo dos órgãos de gestão”, Artur Abreu não desvalorizou contudo a importância da nova lei como “catalisadora de mudanças de mentalidade”.

Presente na plateia, o presidente da Comissão Política Concelhia do PS, José Francisco Rolo destacou o facto de a lei ter sido criada como resposta à sociedade ocidental, onde as mulheres são mais que os homens e são as melhores a todos os níveis. “A lei visa puxar a participação das mulheres na vida pública”, referiu.

“As mulheres têm tantas capacidades ou mais que os homens”

A concluir o seu mandato à frente da Junta de Freguesia de São Paio de Gramaços, Cristina Carvalho destacou, ontem, a competência das mulheres para ocupar lugares de chefia, por entender que “têm tantas capacidades ou mais que os homens”.

Desvalorizando a questão do preenchimento de quotas, a autarca incentivou até as mulheres “a não terem medo dos desafios que lhes são colocados à frente”. Para a presidente da Junta de Freguesia de São Paio de Gramaços “não era preciso haver uma lei da paridade”, no entanto constatou que “muitas vezes é necessário um empurrão para fazer despertar as mulheres e, lhes mostrar que podem ser úteis”.

A questão da “sensibilidade” foi uma das vantagens que Cristina Carvalho reconheceu no sexo feminino, para além do “maneirismo” a que a população se vê obrigada na relação que mantém uma presidente de Junta de Freguesia.

Lista feminina de Vila Franca da Beira “estilhaça” o disposto na lei da paridade

Quando estava em análise a participação equilibrada de ambos os sexos na vida pública, veio à tona o caso da freguesia de Vila Franca da Beira, onde está a ser preparada uma lista constituída apenas por mulheres para as eleições autárquicas de 11 de Outubro.

“A lista estilhaça completamente a lei da paridade”, referiu Artur Abreu, conhecedor no entanto de que a mesma é permitida pelo facto de a freguesia ter menos de 750 eleitores, embora esteja imediatamente sujeita a uma penalização pecuniária para efeitos de campanha.

Note-se que o incumprimento da lei da paridade é também possível em municípios com número igual ou inferior a 7500 habitantes.

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