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Negócios: Cooperativa Agro Pecuária da Beira Central aposta em marca própria

… de olhos postos no futuro e prepara a comercialização de produtos locais com marca própria.

A deixar marcas nas várias gerações que tem vindo a servir, a Cooperativa Agro Pecuária da Beira Central goza hoje de um estatuto de que poucos espaços se podem orgulhar. Principal espaço de apoio para os agricultores do concelho e da região que, ao longo dos anos, ali encontram o melhor acompanhamento técnico e a maior diversidade de fatores de produção, ao mais baixo preço, a Cooperativa – como é conhecida– tem granjeado a fidelidade e cumplicidade dos seus associados, que são hoje cerca de 4700, mas também da comunidade em geral que vê no espaço do supermercado um “lugar amigo” e que se diferencia no modo como trata os seus clientes.

“As pessoas não vêm só fazer compras, mas também conviver”, refere a responsável pela gestão da Cooperativa Agro Pecuária da Beira Central, notando ser esta uma característica deste projeto cooperativo, que não se esgota nos associados que granjeia e abre cada vez mais os braços à comunidade que já vê a Cooperativa como sua.

“A nossa missão é que os associados e demais população vejam a cooperativa como deles”, sublinha Maria da Guia que, tomando por base este desígnio maior,  explica toda a preocupação que tem havido no sentido de adaptar os serviços agrícola e de supermercado àquelas que são as necessidades dos seus associados e clientes.

No domínio agrícola, a criação de um espaço devidamente apetrechado, localizado na Zona Industrial – abriu portas em 2006 – figura como o passo maior neste campo. Em causa está uma melhoria significativa no apoio agrícola que deu os primeiros passos no ano de 1964 no antigo grémio da Lavoura, passando depois para um espaço nas traseiras do Tribunal, até à aquisição da antiga fábrica de laranjadas do empresário Armindo Lousada, local onde hoje funciona o supermercado, a pequena loja agrícola e os serviços administrativos.

Um trajeto que, pelo meio, ficou marcado pela criação, em 1972-1973 da Cooperativa dos Sócios e Fundadores da Agro- Pecuária (COOSFAP) e, mais tarde, pela fusão das duas cooperativas. Situação que se mantém, ainda que com dois regimes fiscais diferentes. Anos marcados também por algum desequilíbrio financeiro, que só por via da eleição dos corpos sociais em 1985 veio a ser sanado, potenciando o crescimento sustentado da cooperativa até aos dias de hoje.

“Desde então tentou-se expandir a área de negócio e por conseguinte a área de apoio”, sublinha o presidente da direção da CAPBC, Luís Vaz Pato, valorizando também a criação da secção de gestão e contabilidade ao serviço dos associados, que ali também contam com ajuda nos processos de candidatura aos vários subsídios agrícolas. Ainda que ao serviço da região, a CAPBC sempre teve sede em Oliveira do Hospital, mas cedo percebeu a importância de abrir um espaço destinado ao agricultor no vizinho concelho de Arganil.

Um decisão que marcou o ano de 1998 com abertura de uma pequena loja agrícola que , sempre se revelou num, verdadeiro “sucesso”, obrigando a CAPBC a estudar uma solução de ampliação, que culminou na compra e abertura, no dia 29 de outubro, de um pavilhão – loja agrícola na Bairro da Barrosa. “Em Arganil há uma forte ligação às tradições rurais e, por conseguinte, à própria cooperativa”, regista Luís Vaz Pato, revelando que a aposta no novo edifício em Arganil tem um investimento associado na ordem dos 200 mil Euros.

“Todo o excedente é para benefício dos funcionários, clientes e associados”

Em causa está uma área que se tem desenvolvido no seio da CAPBC que, nos últimos anos também assistiu ao “crescimento” do seu supermercado, no centro da cidade de Oliveira do Hospital. Uma realidade só possível com a mudança da grosso da área agrícola para o espaço da Zona Industrial e com os trabalhos de adaptação que, nos últimos anos, têm sido feitos no espaço da antiga fábrica de laranjadas.

“Dentro das nossas possibilidades vamos tentando modernizar quer ao nível físico, quer da estrutura interna”, especifica a gestora da Cooperativa, destacando as obras ocorridas na zona do bar que “dignificaram” a entrada do supermercado e, mais recentemente, a substituição da cobertura, traduzindo-se esta última num investimento na ordem dos 20 mil Euros. “Era uma necessidade”, refere Luís Vaz Pato que, valorizando o modo como a CAPBC “honra os seus compromissos” – “o tempo médio de pagamento aos nossos fornecedores é inferior aos 30 dias”, pormenoriza Maria da Guia – também destaca a preocupação que a cooperativa tem em utilizar os “excedentes” em beneficio das estruturas e dos serviços que presta aos cidadãos e aos associados.

Uma realidade só possível – explica – devido ao facto de a CAPBC “estar liberta da necessidade de dar lucro” e também aplicável ao domínio social, quer no âmbito de protocolos estabelecidos com IPSS – a Casa da Obra, por exemplo – e outras instituições, quer também no serviço que disponibiliza aos seus clientes em pleno cenário de crise. “No início deste ano, houve um choque com o aumento do IVA e procurámos esbater , diminuindo as margens e não aumentando os preços”, conta o presidente da direção, notando também que a CAPBC tem pugnado por disponibilizar os melhores produtos aos melhores preços, não optando por grandes artigos de luxo”, mas antes por aqueles que são, de facto, essenciais ao dia a dia das famílias e outros que não abundam em outros espaços da cidade, como sendo têxteis e artigos para a casa.

Na estratégia de disponibilizar ao cliente a melhor relação qualidade/preço, a CAPBC teve a preocupação de introduzir marcas de preço mais reduzido como Leader Price, Amanhecer e Ultra Pro, que hoje surgem no topo das preferências dos clientes. Bem sucedida tem sido também a aposta no “desconto talão” que tem contribuído para fidelização dos clientes, bem como campanhas promocionais.

Próximo passo? “Afirmação da marca CAPBC”

Famosa pelo “bom pão” que comercializa, o supermercado da CAPBC prima igualmente pelo apoio que dá ao produtor local na comercialização dos seus produtos. Mel, azeite, licor, queijo e outros produtos locais e regionais têm presença garantida no espaço que se diferencia pela valorização que faz daquilo que é a produção local e regional.

Porque reconhece que o que é “regional é bom”, a Cooperativa Agro-Pecuária da Beira Central já está a dar passos acertados na comercialização de produtos variados com a marca própria da Cooperativa. Em causa está uma ambição que, por esta altura, se afigura como o “projeto maior” da CAPBC, mas que acima de tudo vai depender da disponibilidade dos produtores locais e regionais para o efeito e, de um investimento por parte da Cooperativa, que terá que partir para a criação de um novo espaço onde decorrerá todo o processo de controlo e embalamento do produto destinado à comercialização com a marca própria da Cooperativa.

O projeto, que se encontra na fase de arranque, vai potenciar a criação de novos postos de trabalho, a somar aos 28 atualmente existentes. “Será a afirmação da marca Cooperativa Agro-Pecuária da Beira Central”, verifica Luís Vaz Pato, confiante no sucesso do projeto.

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