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Recentemente, Câmara e Assembleia Municipal aprovaram o “Plano de Actividades e o Orçamento da Câmara para 2008”, agora mais pomposamente chamados de “Grandes Opções do Plano para 2008 e seguintes” e “Orçamento da Receita e da Despesa da Câmara para 2008”.

O seu a seu dono…

Enfim, trata-se de matéria de magna importância para o Município pois, à partida, designa e orçamenta aquelas obras, iniciativas, projectos e outras opções de maior relevância municipal. E, perante o nível e grau da respectiva execução após cada ano, também se poderá fazer uma avaliação mais objectiva da real eficácia da gestão – política e operativa – da Câmara.

Por cá, a maioria PSD – hegemónica na Câmara – acaba por dispor de significa margem de manobra orçamental para fazer obra ( para já até finais de 2009, ano de eleições autárquicas…) tanto mais que, recentemente, também viu aprovado o pedido de empréstimo bancário de cinco milhões de Euros para investimentos.

Perante isto, que cada uma das restantes forças político-partidárias em presença se posicione como entender…

Entretanto, os três Vereadores eleitos pelo PS para o Executivo Municipal – nos quais ganha maior destaque o actual líder concelhio do PS – votaram contra a proposta da maioria PSD na Câmara para o “Plano de Actividades e Orçamento para 2008 e seguintes”. Aliás, o actual líder concelhio do PS assumiu aí uma apreciação violentamente crítica às “Grandes Opções do Plano” de iniciativa da maioria PSD, e crítico foi em relação a grandes e até a relativamente pequenas “opções”.

Porém, na sessão da Assembleia Municipal (22 de Dezembro, 2007) em que os mesmos documentos foram presentes, os eleitos PS, na sua grande maioria, abstiveram-se na respectiva votação, sendo que nenhum deles votou contra.

Quer isto dizer que a bancada dos eleitos PS na Assembleia Municipal – que às vezes gosta de fazer duras e “personalizadas” críticas às opções do Presidente da Câmara – desta vez, a bancada do PS, na votação em causa na Assembleia Municipal, optou muito claramente por desautorizar, e por completo, o actual líder concelhio do seu próprio partido e, ainda por cima, na presença deste. E atenção que a matéria em divergência é, “apenas”, aquela matéria magna que diz respeito às “Grandes Opções do Plano da Câmara para 2008 e seguintes” e ao “Orçamento da Receita e da Despesa para 2008”. Portanto, até por não ser pequena a importância da divergência… foi de facto grande a desautorização do líder do PS pelos seus correligionários.

Ao que julgamos saber, no início do próximo ano, vai haver eleições para as “lideranças” quer da concelhia do PSD quer da concelhia do PS. Portanto, por aí, as coisas vão mesmo continuar a aquecer…

Eleito directo CDU na Assembleia Municipal pede “suspensão de mandato”
O conhecido empresário António Lopes, eleito directo da CDU na Assembleia Municipal, optou por pedir a “suspensão” do seu mandato por um ano.

Como principal motivo, alegou as exigências da sua cada vez mais intensa actividade empresarial dentro e fora do País, o que é um facto incontornável.

Mas, na sua própria declaração proferida na sessão da Assembleia Municipal de 22 de Dezembro, 2007, perpassa também um sentimento de mal contida insatisfação perante o rumo da gestão da Câmara Municipal, das opções do seu Presidente em especial e, mesmo, perante a vida política concelhia em geral.

António Lopes acha, com legitimidade democrática, que no nosso Município “as coisas” não vão bem e que até algumas das que andam um pouco melhor, afinal, acabam por avançar muito devagar. Simultaneamente, insurge-se contra a atitude antidemocrática do Presidente da Câmara que persiste em não dar qualquer resposta às perguntas e aos requerimentos que António Lopes tem direito a ver respondidos enquanto membro da Assembleia Municipal.

Tal como a CDU fez questão em destacar na “declaração” feita nessa mesma sessão da Assembleia Municipal, e cita-se:- “António Lopes, enquanto eleito directo da CDU, faz falta à Assembleia Municipal e faz falta ao Concelho”.

Todavia, também se sabe que António Lopes não vai “desaparecer” nem da vida política nem da vida empresarial cá dentro do nosso Município. Afinal, e tal como alguém lá disse com alguma ironia: – “António Lopes vai andar por aí ”…

E certo, certo, é os eleitos CDU continuarem por cá, activos e empenhados em contribuir para a melhoria das condições de vida e de trabalho das Populações.

Entretanto, um forte e fraterno abraço para o António Lopes.

João Dinis

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