Manuel Cid Teles, que fez 98 anos no passado dia 8 de Março, foi com certeza uma das figuras mais sãs que os oliveirenses conheceram.
Detentor de uma vasta obra literária onde predomina, sobretudo, a poesia, o mestre Cid Teles era um artista multifacetado, que deixou inúmeras marcas na vida cultural da cidade.
Poeta, actor, pintor e músico, o “Manelzinho Teles” – como carinhosamente era tratado pelos amigos mais chegados –, era uma figura respeitadíssima.
“Este senhor não precisa de lágrimas. Precisa de aplausos. É um oliveirense que muito dignificou a nossa terra”, afirmou há instantes ao correiodabeiraserra.com uma “velha” amiga do poeta, Maria Rosa Lobo, que o visitava frequentemente e que com ele partilhou “momentos muito enriquecedores”.
Pouco tempo antes de falecer, Cid Teles entregou-lhe “uma folhinha com uma quadra”, que gostaria de ver na lápide da sua sepultura.
Reza assim:
Aqui Jaz o Cid Teles
Sob esta pedra gelada,
O que queria ser tudo
E afinal nunca foi nada.
Em Junho de 2006, o Correio da Beira Serra dedicou-lhe uma página de jornal, que pode recordar aqui.
“Gosto imenso de escrever poesia, encanto-me com as palavras. Só espero que Deus me deixe morrer a dizer poesia”, disse na altura, ao jornalista Carlos Ramos, este grande vulto da cultura oliveirense.
O corpo de Manuel Cid Teles encontra-se em câmara ardente na casa mortuária de Oliveira do Hospital, e o seu funeral – antecedido por uma missa na Igreja Matriz, às 17h00, – realiza-se amanhã, por volta das 18h00, para o cemitério velho da cidade.