Aberto de segunda a sábado – nos dias úteis entre as 8h30 e as 19h30 –, o parque de estacionamento subterrâneo do largo Ribeiro do Amaral deve ser uma das poucas infra-estruturas do género no país – ou até talvez única! – onde se pode deixar um carro estacionado durante cerca de 10 horas a custo zero. Exceptuam-se aqui – com é óbvio – os parques de estacionamento de alguns centros comerciais.
O problema, é que nem assim parece ser fácil arranjar automobilistas que garantam uma razoável taxa de ocupação daquele espaço – com capacidade para 74 automóveis – que, na maior parte das vezes, está muito abaixo dos 50 por cento.
Com todos os apetrechos dos parques que normalmente se encontram nas médias e grandes cidades portuguesas – música ambiente, sinalização luminosa, vigilância e elevador de acesso, por exemplo –, o silo construído sob a Praça dos Combatentes da II Grande Guerra é uma espécie de monumento à pouco criteriosa gestão de dinheiros públicos das autarquias portuguesas, onde o binómio custo-benefício parece não fazer parte do raciocínio de cálculos dos autarcas.
Inaugurada em finais de Agosto de 2009 com toda a pompa e circunstância pelo anterior executivo camarário, aquela obra encontra-se inserida no projecto de requalificação do largo Ribeiro do Amaral, cujo custo global ascendeu a cerca de dois milhões e quatrocentos mil euros.
Foi uma das obras mais onerosas dos mandatos de Mário Alves. Porém, hoje, representa uma pesada herança para o executivo de José Carlos Alexandrino que ficou com a criança nas mãos.
E se o estacionamento começar a ser pago?
Com significativos custos de manutenção e já equipado com máquinas de cobrança automática – o autarca que deu luz verde à construção daquele equipamento garantiu, na altura, que a utilização do parque seria gratuita “a título experimental” –, a Câmara Municipal poderá não ter – embora tenha que as procurar – grandes soluções relativamente àquele espaço. Pois, se “nem à borla” o parque tem a utilização desejável, o que é que acontecerá se o estacionamento começar a ser pago?
É uma pergunta cuja resposta tem muito de incógnito…
Paradoxos…
Todavia, também existe aqui uma situação muito paradoxal, já que a cidade de Oliveira do Hospital quase não comporta – nas suas principais artérias –. mais automóveis. O estacionamento é difícil e desordenado… porém, o parque subterrâneo continua quase às moscas.