A Assembleia de Freguesia de Nogueira do Cravo, Concelho de Oliveira do Hospital, aprovou hoje o documento que regula a Componente de Apoio às Famílias e afastou a taxa que desde o início do ano lectivo estava a gerar muita polémica no centro Escolar de Nogueira do Cravo. A controvérsia surgiu após a aplicação de uma medida do executivo liderado por Luís Nina ter colocado uma taxa de 6,5 euros para que as crianças entre o fim de almoço e o início das aulas (cerca de meia hora) fossem acompanhadas por um funcionário do estabelecimento. A contestação agudizou-se a partir do momento em que os alunos, cujos pais não pagaram, passaram a ficar retidos no refeitório. Sem acesso ao espaço de recreio, ao contrário do que acontecia com os restantes colegas. O regulamento foi chumbado na terça-feira em Assembleia de Freguesia e só hoje foi aprovado depois de abolido o pagamento daquela obrigação.
A indignação entre os pais dos alunos foi grande. “Qual o meu espanto quando reparei que os miúdos que não pagaram ficaram trancados na sala e os que pagaram podiam usufruir do recreio”, revelou a mãe de uma aluna. Esta encarregada de educação, que preferiu o anonimato, sublinhou ainda que a vereadora da Educação da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Graça Silva, não fez qualquer referência ao assunto, aquando da renovação da matrícula. “Era o mínimo que se exigia se pretendiam implementar esta medida”.
A medida entrou em vigor no início do ano lectivo, sem ter sido apresentada, como é obrigatório, em Assembleia de Freguesia, e só foi transmitida aos encarregados de educação já depois do ano lectivo se ter iniciado. Quando chegou ao órgão máximo da localidade, onde uma encarregada de educação mostrou o seu desagrado, a medida foi rejeitada, com a abstenção de quatro deputados do Partido Socialista que sustentam o executivo de Luís Nina. Por sua vez, os três elementos do PSD votaram contra. Apenas um elemento do PS votou a favor. O presidente da Junta de Nogueira do Cravo contactado pelo CBS, para esclarecer a situação, recusou-se a prestar declarações.
O deputado da Assembleia de Freguesia, Rui Fernandes, por seu lado, apenas classificou esta medida como absurda. “É que este montante nunca anteriormente foi cobrado e não vemos razões para que seja alterada”, referiu.
Ao que o CBS apurou, actualmente, a Junta de Freguesia conta, além de três funcionários a tempo parcial, com mais um elemento que aparentemente, segundo uma fonte próxima, embora esteja a ser pago pela Junta está ao serviço do Centro Escolar. O problema ficou ontem sanado, uma vez que dada a necessidade de aprovar o documento que regula a Componente de Apoio às Famílias, levou à convocatória de uma Assembleia extraordinária, apresentando desta vez uma proposta da qual foi retirada a contribuição que anteriormente era exigida. A proposta foi agora aprovada, colocando um ponto final na polémica e o regresso à normalidade.