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“Precisamos de reinventar a ESTGOH se queremos que a escola continue”

A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH) foi um dos temas que dominou o convívio socialista “Juntar Forças, Fazer Desenvolvimento”, que ontem se realizou em Seixo da Beira.

O presidente da Comissão Política Concelhia do PS foi o primeiro a deixar o alerta e a pedir o empenho de todas as forças do distrito na defesa do que considera ser “um projeto único” que “tem a marca do PS”.

“Matar a ESTGOH é abandonar o interior”, avisou José Francisco Rolo que, em nome dos socialistas oliveirenses deu como certa “uma luta até ao fim e até à última gota de suor” para que a escola – “é um projeto de solidariedade e desenvolvimento de todo o interior do distrito de Coimbra”, vincou – continue a ser uma realidade em Oliveira do Hospital. “A ESTGOH é nossa e da Beira Serra”, reiterou.

A partilhar o mesmo tom de convicção, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital deu igualmente como certa uma luta pela permanência da escola na cidade, sem contudo deixar de reconhecer que, por força dos episódios ocorridos no mês passado, a “ESTGOH é um problema de difícil resolução”.

“Parece-me que temos que reinventar a ESTGOH se queremos que a escola continue”, chegou a considerar o autarca eleito pelo PS, que se revelou preocupado com o reduzido número de alunos colocados na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior.

Numa responsabilização dirigida ao presidente do IPC, Rui Antunes, pelo estado em que a ESTGOH se encontra, Alexandrino sugeriu, quase que em jeito de imposição, a atribuição de cursos à ESTGOH que “tenham candidatos e alunos”.

“Feriram a ESTGOH e têm que ser responsabilizados por isso”, insistiu o autarca que, entre a família socialista que acorreu ao Parque Nossa Senhora da Estrela, em Seixo da Beira, reiterou a sua indisponibilidade para “deixar fugir a escola”. “É um compromisso de honra”, afirmou, destacando a “importância brutal e estrutural que a ESTGOH tem para Oliveira do Hospital”.

O assunto que chegou ao topo da política nacional, foi também alvo de destaque pelo presidente da Federação do PS do distrito de Coimbra e deputado socialista na Assembleia da República, Mário Ruivo que realçou o papel determinante  da autarquia oliveirense para o não encerramento da escola já este ano.

O dirigente distrital assegurou ainda que vai continuar a lutar pela continuidade da ESTGOH, aludindo em concreto à sua participação na audiência ao presidente do IPC que vai ter lugar na próxima sexta-feira.

Marcado pelo tom próprio de uma verdadeira campanha eleitoral, o convívio dos socialistas oliveirenses colocou as “pessoas” no topo de todas as prioridades, mas não conseguiu fazer olhos cegos àquilo que são as dificuldades decorrentes de um país em dificuldade e de um executivo municipal onde o PS governa com uma maioria relativa.

“Às quartas-feiras quantos jovens me aparecem porque querem trabalho e não querem boa vida”, contou o presidente da Câmara Municipal que tem noção da “angústia” por que passam muitas famílias do concelho que, numa situação de desemprego, não têm capacidade para enfrentar os empréstimos bancários.

Consciente da dificuldade de criação de novos postos de trabalho no concelho, José Carlos Alexandrino está determinado em acompanhar empresas em dificuldade, no sentido de evitar o aumento do desemprego. “Recuperámos a HBC e foi uma vitória daqueles trabalhadores”, recordou, lembrando que o presidente do município “não pode pensar só em obras”.

“A Câmara Municipal não vai voltar a ser igual”

Colocando a nu a obra feita em freguesias até aqui “atrasadas em relação às outras” – estrada moinho do buraco, ligação Nogueira do Cravo a Oliveira do Hospital, saneamento básico em Seixo da Beira… – o presidente da Câmara Municipal que se revelou honrado por “jogar com a camisola do PS”, reiterou ontem um tratamento igual para com as 21 freguesias e deu conta de um conjunto de obras que pretende levar a cabo no presente mandato, com destaque para o saneamento básico, em jeito de cumprimento do programa eleitoral que faz questão de manter sobre a sua mesa de trabalho.

Mais difícil parece estar, porém, a desejada requalificação da Avenida Carlos Campos, já que não colhe o aval da oposição, que é maioria na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital.

“A negociação está difícil, porque a avenida vai passar a ter quatro faixas”, contou o presidente que se vê a braços com a oposição dos membros do anterior executivo que “afunilaram algumas via da cidade”. “Admira-me que os independentes também sejam contra as quatro faixas”, referiu, apelando a uma maior “coerência e seriedade na política”.

Para além da requalificação da avenida, o projeto contempla a requalificação do mercado municipal e construção da central de camionagem com um custo estimado de 800 mil Euros.

Alexandrino não deixou, contudo, de se regozijar pela concretização da “maior obra em termos de modernização administrativa”. “Vai acontecer no dia 7 de Outubro e a Câmara Municipal não vai voltar a ser igual”, afirmou, referindo-se em concreto ao Balcão Único que, com um custo de 650 mil Euros, vai “agilizar a máquina da Câmara Municipal” que era “demasiado pesada” para o gosto do presidente.

… é desmotivante ouvir que afinal são todos iguais e não fazem nada…”

Homenageado pelo presidente da Comissão Política Concelhia do PS pela “humildade como encarna o seu papel na Assembleia Municipal” e “pelo muito que deu ao PS”, António Lopes – “quando vimos para estas missões é para fazermos o que está ao nosso alcance”, agradeceu – partilhou o seu contentamento pela conquista de diálogo e extinção da “crispação” que existia no concelho.

Com a luta da última campanha eleitoral ainda fresca na memória, o eleito pelo partido socialista que ontem chegou a ser desafiado pelo PS a fazer-se militante do partido- destacou os bons resultados ao nível da taxa de execução municipal e o  trabalho que tem sido feito para resolver os problemas de saneamento básico e desemprego, que tanto afetam os oliveirenses.

“Se não fora o empenho do presidente da Câmara nunca a HBC teria sido reaberta e a pousada do Desagravo também não fechou”, lembrou, dando como certa a “preocupação da Câmara para detetar e resolver problemas”, deixando no ar a existência de problemas que afetam “duas ou três empresas de grande dimensão”.

Sem filiação, mas reiterando um compromisso de “total lealdade” para com o PS enquanto membro da Assembleia Municipal, António Lopes apelou à frontalidade dos oliveirenses para exporem os seus problemas e as suas críticas, porque “temos neste momento uma Câmara Municipal que trabalha”.

“Ainda não foi preciso oferecer um GPS ao presidente da Câmara para ir a Lisboa, como ofereci ao anterior”, ironizou, ao mesmo tempo que se opôs às críticas infundadas que são dirigidas a Alexandrino.

“Quando se luta e se trabalha nesta Câmara é desmotivante ouvir que afinal são todos iguais e não fazem nada. Custa-me essa injustiça que fazem ao presidente da Câmara”, considerou.

“Estes homens dão-nos garantia…têm equipa, projeto e trabalho”

Num cenário preenchido pelos rostos que marcam o exercício autárquico socialista em Oliveira do Hospital, o líder não se poupou nos elogios que dirigiu a cada um – “estes homens dão-nos garantia…têm equipa, projeto e trabalho”, afirmou – mas foi sobretudo à pessoa de José Carlos Alexandrino que atribuiu a responsabilidade da viragem no concelho.

“O PS pela presença de José Carlos Alexandrino abriu um novo momento na política concelhia de Oliveira do Hospital”, observou José Francisco Rolo, deixando a garantia de luta “até às últimas réstias de força” pelos direitos legítimos de Oliveira do Hospital.

Em dia de união da família socialista também não faltaram os recados aos que “atacaram e tentaram denegrir o PS”. “O IC6 continua na mata onde nós o deixámos”, disse em tom crítico, ao mesmo templo que também apelou ao acesso mais facilitado aos fundos comunitários.

A jogar em casa, o presidente da Junta de Freguesia de Seixo da Beira destacou o trabalho que tem sido levado a cabo desde que, tal como ele, José Carlos Alexandrino foi eleito em Outubro de 2009. “O Seixo nunca teve tanta obra como a que foi conseguida nos últimos dois anos”, afirmou Carlos Batista que se confessou honrado por “servir o PS”.

A representar a comissão nacional do partido, João Azevedo deslocou-se ao Seixo da Beira para elogiar o trabalho de Alexandrino que é um “homem conhecido, respeitado em todo o lado e é um exemplo para os autarcas do PS”.

Sem se conseguir afastar da realidade do país e do buraco da Madeira que “nos próximos dias vai penalizar os autarcas e autarquias do país”, o também presidente da Câmara Municipal de Mangualde veio ao concelho transmitir confiança no bom resultado autárquico em 2013. “José Carlos Alexandrino é o seguro para o futuro, é o seguro de vitória”, constatou.

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