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No lançamento da primeira pedra do futuro centro de Actividades Ocupacionais da ARCIAL, Mário Alves insurgiu-se contra a “política de influência” alegadamente exercida por António Campos.

Presidente da Câmara reprovou “política da influência”

“No nosso país temos que trocar a política da influência pela política da necessidade”. A afirmação foi proferida, dia 26 de Março, pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, na cerimónia de lançamento da primeira pedra do futuro Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) da Associação de Recuperação de Crianças Inadaptadas de Oliveira do Hospital (ARCIAL).

Imagem vazia padrãoNa presença do governador civil e do director do Centro Distrital de Segurança Social (CDSS) de Coimbra, Mário Alves reprovou o facto de “por vezes, para se fazer uma obra de primeira necessidade, ser preciso recorrer à influência”. “Algo vai mal. Não podem acontecer situações destas”, acrescentou o autarca, considerando que “se uma obra é de necessidade”, a mesma “deve ser considerada como tal”.

Note-se que na mesma cerimónia foi por várias vezes mencionado o nome de António Campos – oliveirense e ex-eurodeputado europeu socialista também presente na cerimónia – pela colaboração prestada no decorrer de todo o processo que agora culmina na construção do CAO. “O Engenheiro António Campos teve uma intervenção decisiva”, chegou a referir o presidente da direcção da instituição, Arménio Rodrigues. Sem que tenha descurado o papel de todos os intervenientes no processo, o presidente do município oliveirense e sócio da ARCIAL considerou também ser “fundamental para aqueles que se dedicam de corpo e alma às associações sentirem que há aqui uma compensação”.

Resolvido que está todo o processo inerente ao arranque da obra estimada em 750 mil euros, co-finaciada em 20 por cento pelo município e em 67 por cento pela Segurança Social, no âmbito do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), Alves não deixou de se referir ao funcionamento das instituições. É que no entender do autarca oliveirense “se não forem tomadas medidas, por quem de direito, no sentido de se continuar a dar apoio, a instituição corre o risco de ter uma sede e instalações, mas não ter possibilidade de manter aqui todos estes jovens”. Lembrou que com o objectivo de minorar as despesas da ARCIAL, a Câmara atribuiu um um subsídio para os transportes dos utentes do concelho e aconselhou “quem de direito” a aplicar políticas que tenham em atenção “a funcionalidade” das instituições.

Tomando por base o caso concreto do CAO da ARCIAL, Mário Alves mostrou-se disposto a trabalhar em “projectos tripartidos – Câmara, Governo e instituições – no sentido de melhorar as condições sociais dos carenciados e excluídos”.

Sem deixar de parabenizar a instituição, o director do CDSS de Coimbra apelou à eficácia na prossecução dos trabalhos, sublinhando que “o pagamento só depende da execução da obra”. “Quanto mais rápido estiver a obra concluída, mais rápido estaremos no terreno para uma nova resposta social”, referiu Mário Ruivo, voltando a lembrar que a região Centro e o distrito de Coimbra em particular têm uma taxa de cobertura significativa em matéria de respostas sociais. Mas vincou: “com esta obra o distrito de Coimbra ficará melhor”.

O governador civil de Coimbra não se poupou em dirigir elogios a António Campos enquanto “figura marcante da democracia”. Foi de resto sobre democracia que versou praticamente toda a intervenção de Henrique Fernandes, colocando a ênfase na capacidade que a ARCIAL teve “para mobilizar vontades e avançar com o projecto”. O representante distrital do governo sossegou também a instituição com a indicação de que os “os acordos serão respeitados nos seus prazos”. Visivelmente satisfeito com a cerimónia que marca “a concretização de um sonho com cerca de duas décadas”, Arménio Rodrigues classificou o momento como “um dos mais importantes da vida da ARCIAL”. Não deixou por isso de agradecer a todos os intervenientes no processo, sem esquecer as anteriores direcções da instituição.

A expectativa – também manifestada pelo presidente da câmara – do responsável pela ARCIAL é de que “daqui por ano, se proceda à inauguração da obra”. O pároco local participou na cerimónia e abençoou o lançamento da primeira pedra do CAO.

Liliana Lopes

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