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Presidentes da Assembleia e da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital acusam vereadores da oposição de “violação de acordo”

O presidente da Assembleia Municipal (AM) deu um raspanete aos quatro vereadores da oposição que recentemente – em reunião do executivo camarário – inviabilizaram a atribuição de uma medalha de mérito municipal ao antigo presidente da Assembleia Constituinte, Henrique de Barros.

Visivelmente irritado, António Lopes contestou o facto de o nome daquela figura – com ligações a Fiais da Beira – ter sido vetado em reunião camarária, quando dias antes já tinha sido consensualmente aprovado pelos representantes que os partidos políticos escolheram para integrar a comissão da AM que está responsável por a concessão dos títulos honoríficos no dia 7 de outubro, feriado municipal.

“Seria importante que os partidos falassem a uma só voz”, aconselhou António Lopes, numa referência ao facto de Mário Alves e Paulo Rocha, do PSD, bem como José Carlos Mendes e Telma Martinho, dos independentes, terem contrariado a posição manifestada pelos seus representados na comissão da AM. Nesta comissão, tomaram parte António Lopes, pelo PS, João Esteves, por o PSD, Luísa Valles, em representação dos independentes e, ainda, João Dinis.

“Eu não posso deixar passar isto em claro… entendo que as homenagens às pessoas devem ser unânimes”, salientou o presidente da AM, dando conta de que Henrique de Barros, para além de ter um busto na Assembleia da República, já recebeu inclusivamente “a medalha de ouro do município de Almada”.

“Na política não vale tudo… gostaria muito que a política de há quatro anos e meio não viesse para aqui para esta assembleia”, referiu Lopes, que aproveitou o momento para desejar “um mandato profícuo” à presidente da concelhia do PSD que, também, marcou presença nesta sessão da assembleia. “O concelho terá muito a ganhar com isso”, afirmou o presidente da AM, dirigindo-se a Sandra Fidalgo.

Alegando não entender os “pruídos” da oposição sobre a homenagem a uma personalidade numa altura em que se comemora o centenário da República, Lopes frisou ainda que noutros tempos “já houve homenagens a personalidades que estavam numa situação muito idêntica à de Henrique de Barros”, e terminou a sua intervenção anunciando que daria a palavra aos vereadores da oposição para comentarem o polémico assunto. No entanto, os quatro vereadores da oposição optaram pelo silêncio.

Presidente da câmara critica “violação do acordo”

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital também disse não estar à espera de ter que estar a discutir os nomes em reunião de câmara, porque conforme referiu esses nomes “já tinham ficado consensualizados” na reunião da comissão. José Carlos Alexandrino anunciou também que o próprio nome de António Lopes tinha sido indicado pela deputada municipal Luísa Valles – a representante dos independentes naquela comissão –, mas Lopes terá considerado a homenagem “inoportuna”.

De resto, o autarca eleito pelo PS também não deixou de enviar uma farpa a José Carlos Mendes, quando aquele vereador afirmou – em reunião do executivo – que a homenagem a Henrique de Barros não se inseria no regulamento municipal dos títulos honoríficos. “Vou perguntar se este nome – General Manuel Rodrigues dos Santos – diz alguma coisa às pessoas”, questionou o chefe do executivo, dando conta de que a figura em causa terá passado por Oliveira do Hospital numa altura em que a mãe lecionava numa escola primária do concelho, e a sua homenagem foi proposta em 2004. E, nessa altura – sublinhou Alexandrino – Mendes era vereador no executivo de Mário Alves.

Alexandrino disse por isso que “o princípio do acordo (existente entre os partidos) foi violado, e até sustentou que o PS, que já tinha anunciado a intenção de homenagear o autarca de Avô, Aristides Gonçalves, no próximo ano, também cedeu porque – segundo declarou – “nestes processos tem sempre que haver cedências de ambas as partes”.

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Este texto foi escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico

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