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“Nem uma grade de segurança nos emprestaram…”

Cerca de três mil pessoas de todas as idades e oriundas dos mais diversos países do mundo, invadiram, literalmente, o pacato parque de campismo de S. Gião. Há gente bonita, de todas as cores, de todas as raças – no local vêem-se muitos ingleses, alemães, israelitas, chineses, espanhóis, japoneses e bastantes portugueses –, a participar num dos principais festivais de Verão do interior do país – o “Utopia After Boom –, que pela segunda vez se realiza em S. Gião.

São três dias de convívio, de intercâmbio cultural entre pessoas de “trinta ou quarenta nacionalidades” e de tudo o que se possa – ou não – imaginar num festival, sobretudo, frequentado por estrangeiros, que chegaram no dia 18 de Agosto e têm até amanhã para abandonar o local, já que a música terminou, hoje, às 19h00.

O correiodabeiraserra.com passeou hoje pelo parque com Fernando Pinheiro, um dos sócios-gerentes da empresa portuguesa que organiza o evento – a “QUEST4GOA” –, e deu de caras com uma simpática multidão, que se reparte por três zonas específicas de lazer.

Na “Healing Zone” – nas margem do rio Alva –, está montada uma área destinada ao relaxe, onde alguns terapeutas e massagistas, gratuitamente, tentam aliviar o stress dos visitantes.

No meio do arvoredo, encontra-se a chamada “Chill-Out”. É um local de convívio, com música ambiente, onde os festivaleiros se entregam à meditação. Por entre tendas de artesanato, onde se podem adquirir peças originais manufacturadas nos mais variados continentes, tem-se acesso à pista de dança ao ar livre. Cada um dança a seu gosto – há muitas acrobacias –, e o ambiente é verdadeiramente exótico. Ao fundo, largas centenas de tendas de campismo pintam o vale com as mais variadas cores.

No decorrer do “After-Boom”, que se realiza de dois em dois anos, trabalham 150 pessoas, que não deixam ao acaso nenhum pormenor que possa manchar o evento. A organização contratou um ambulância com dois bombeiros, um paramédico munido de todo o tipo de material de socorro e uma empresa privada de segurança. “Até ao momento, não há registos de qualquer incidente”, referiu a este diário digital um segurança da referida empresa.

“Nem uma grade de segurança foram capazes de nos emprestar…”

Participado por pessoas com uma boa cultura ambiental, o recinto encontra-se limpo e há uma equipa com 22 elementos cuja missão é especificamente manter o local asseado.

Notando que a este festival acorre gente das mais variadas classes sociais que “percorre milhares de quilómetros para aqui chegar”, Fernando Pinheiro não compreende no entanto como é que a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital “não apoia este festival”, quando outras câmaras do país “investem muito dinheiro neste tipo de festivais”. 

“Nem uma grade de segurança foram capazes de nos emprestar. A Câmara não nos apoia em nada. Solicitámos apoio, através de um ofício, mas responderam-nos logo que apenas participavam na recolha do lixo. Mas nem isso fazem como nós desejávamos, porque não fazem recolha selectiva”, referiu ao CBS online aquele responsável pela organização do festival.

Muito crítico quanto à atitude do município, Pinheiro lembra as economias geradas pelo “After Boom” e dá o exemplo do hotel da cidade de Oliveira do Hospital. “Está lotado com gente do festival”. Depois fala dos supermercados, dos restaurantes, do corrupio dos táxis e de todo o movimento que resulta das cerca de 3 mil pessoas instaladas no local.

“Eu não compreendo… as pessoas não se mexem e não têm visão. Levamos o nome de Oliveira do Hospital a 85 países e é incrível…ou as pessoas não querem dinamizar a região e o próprio parque, ou então há outros interesses que desconheço”, lamenta Pinheiro, sublinhando que em Idanha-a-Nova, onde há poucos dias terminou o principal festival organizado pela empresa – no “Boom”, passaram cerca de 30 mil pessoas – “há outra atitude” por parte dos responsáveis da autarquia local.

– Espera voltar aqui a S. Gião em 2010?, perguntou o correiodabeiraserra.com.

“Tenho pouca vontade de voltar a S. Gião 

–“Começo a perder a força e tenho pouca vontade, mas vamos ver. Temos concelhos aqui vizinhos que se disponibilizam para prepararem espaços para nos receber…, advertiu o sócio-gerente da “QUEST4GOA”.

Frisando que a empresa organizadora alugou o parque à Fundação Albino Mendes da Silva para a realização deste evento através de “um bom contrato”, Pinheiro sustenta que por parte daquela entidade “também não há grande colaboração”. “Fazem o contrato e, depois, dizem: agora desenrasquem-se”.

Salientando não entender as razões que possam estar na base desta falta de interesse da autarquia local, Pinheiro refere que é “uma pena um parque destes estar tão sub-aproveitado” e critica o facto de a autarquia oliveirense nem sequer ter colocado no local informação turística do concelho de Oliveira do Hospital. “Perdem uma grande oportunidade…”, conclui o principal responsável pela organização da segunda edição do “After Boom” e que, em 2007, também organizou no mesmo espaço um outro género de festival: o “SINERGIAS”. 

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