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Suspensão da Concessão Rodoviária da Serra da Estrela: Autarcas cancelam protestos durante três meses

O movimento de autarcas da região Centro que tem estado a protestar contra a suspensão – recentemente anunciada pelo Governo – da concessão rodoviária da Serra da Estrela, saiu ontem do gabinete do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, com a promessa de que a construção dos itinerários complementares (IC) 6, 7 e 37 vai, pelo menos, continuar a seguir os trâmites normais em termos dos estudos de impacte ambiental, que deverão ficar concluídos no próximo dia 24 de Maio.

Relativamente ao avanço das obras no terreno, António Mendonça revelou contudo – segundo afirmou a este jornal uma fonte que esteve, ontem, presente naquela reunião com o ministro e o secretário de Estado Paulo Campos -, que as novas estradas, face à situação económica do país, vão ser alvo de uma reavaliação, mas “continuam a ser prioritárias para o Governo”.

No final da audiência, solicitada por cerca de 30 presidentes de Câmara que, num movimento de protesto liderado pelo autarca de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, têm vindo a endurecer a luta contra a decisão do governo em suspender uma concessão cujo concurso público internacional deveria ser aberto até ao final do primeiro semestre deste ano, não houve, portanto, fumo branco relativamente ao facto de se saber – em concreto – quando é que a obra poderá ir por diante.

Ministro comprometeu-se a avaliar a situação “in loco”

“Perante a situação económica do país, o senhor ministro comprometeu-se a fazer uma negociação séria com a região, demonstrou-se solidário com as nossas preocupações e afirmou-nos que aquelas estradas continuam a ser prioritárias para o Governo”, referiu José Carlos Alexandrino ao correiodabeiraserra.com, depois de instado por este diário digital a pronunciar-se sobre os resultados da audiência com o titular da pasta das Obras Públicas.

Ainda segundo o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, que foi o porta-voz dos autarcas da região – na reunião estiveram também presentes as câmaras de Seia, Gouveia, Nelas, Tábua e Covilhã – , António Mendonça prometeu vir a Oliveira do Hospital “dentro de três meses, depois dos estudos ambientais estarem concluídos”, com a finalidade de avaliar o panorama rodoviário da região.

Para Alexandrino, a decisão do ministro em se deslocar à região – num processo “pouco pacífico”, conforme sublinhou – constituiu “um “acto de coragem que revela empenho”, mas não implica que a luta esmoreça.

“Conforme tive oportunidade de dizer ao senhor ministro, vamos aguardar estes três ou quatro meses e, até essa data, vai haver uma espécie de acordo tácito”, frisou o autarca, sem deixar de sublinhar que António Mendonça foi avisado de que “as pessoas estão dispostas a lutar pelos seus direitos” e querem ver a “região dotada com as acessibilidades condignas a que tem direito”.

Concessão poderá vir a ser construída de forma “faseada”

De acordo com uma informação também obtida por este diário electrónico, sabe-se, no entanto, que o ministério das Obras Públicas, invocando a situação económica do país, pondera poder vir a avançar com a concessão Serra da Estrela através de uma “forma faseada” e não no seu todo, contrariamente ao que inicialmente estava previsto.

Após esta reunião, que tem vindo a gerar alguma expectativa, Alexandrino partiu para o ministério do Ambiente, onde reuniu com a ministra. Considerando a audiência como “muito frutífera”, o autarca do PS afirmou ao CBS online que Dulce Álvaro Pássaro – e toda a sua equipa – se manifestou também “muito empenhada” em trabalhar no sentido de que o processo da avaliação de impacte ambiental fique concluído já em finais de Maio.

De resto, o movimento de autarcas unidos contra a suspensão da concessão Serra da Estrela, prepara-se agora para emitir um comunicado onde considera que “da audiência com o ministro resultou a abertura de um canal de diálogo para futuras conversações”. Aquele comunicado, que salienta também o facto de António Mendonça se ter comprometido a “vir visitar, a breve trecho, o terreno”, nota ainda que “o processo não foi interrompido, e continua a haver vontade política para corrigir as assimetrias” rodoviárias do país.

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