Os 160 trabalhadores da unidade de confecções HBC, localizada na Zona Industrial de Oliveira do Hospital, “estão cansados e não podem esperar mais”. O alerta é dado pela presidente do Sindicato dos Têxteis e Vestuário do Centro, Fátima Carvalho, que ao correiodabeiraserra.com defendeu que as negociações para a viabilização da empresa “têm que andar com outra pressa”.
Na última semana, o Sindicato foi forçado a cancelar um plenário com os trabalhadores devido à inexistência dados concretos sobre o processo de viabilização da unidade industrial. “Adiámos por um mês, mas não podemos adiar mais”, assegurou Fátima Carvalho a este diário digital, garantindo que, a partir da próxima semana, irá exercer pressão sobre quem de direito para que se encontrem soluções.
“Há um cansaço latente por parte dos trabalhadores”, referiu a responsável sindical, recordando que os trabalhadores estão prestes a perfazer um ano com os contratos suspensos.
Carvalho explicou ainda que a suspensão dos contratos por tanto tempo não é muito habitual, mas “às vezes acontece”. “Quando a nossa vontade de encontrar soluções é tão forte, este problema coloca-se”, referiu, esclarecendo que “este adiamento só tem um pressuposto que é o de se assegurar a continuidade da empresa”.
No entanto, para a sindicalista importa que se defina se há ou não condições para a viabilização, porque os trabalhadores “estão extremamente tristes e cansados”. “Eles querem um rumo”, continuou.
Apesar de ter saído com “boas perspectivas” da reunião realizada no dia 19 de Fevereiro no ministério da Economia, a responsável sindical considera que “ninguém vive de coisas abstractas”, pelo que defende maior rapidez nos procedimentos e na tomada de decisões.
Encerrada desde Abril de 2009, a HBC é acompanhada por um passivo de cerca de 3,5 milhões de Euros para com a Segurança Social e as Finanças. Com alguns salários em atraso, os trabalhadores são também credores. O aparecimento de um investidor interessado na viabilização da empresa tem vindo a motivar algumas negociações, nas quais têm estado envolvidos a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, o Governo Civil de Coimbra, o Sindicato dos Têxteis e Vestuário do Centro, IAPMEI e Segurança Social.