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Trabalhadores da NVA suspenderam contratos de trabalho

A unidade de confecções NVA assistiu hoje à interrupção da actividade que desenvolve desde 1997.

A decisão partiu dos próprios trabalhadores, que apresentaram as cartas de suspensão dos contratos de trabalho, pelo facto de terem três salários em atraso, bem como o subsídio de férias e o décimo terceiro mês.

“Os trabalhadores já não aguentavam mais estarem sem receber”, afirmou há instantes Fátima Carvalho do Sindicato dos Têxteis e Vestuário do Centro, sublinhando que os 30 funcionários se viram obrigados a tomar esta decisão, devido à falta de comunicação por parte da empresa.

“Ao longo destes anos, nem uma palavra deram aos trabalhadores”, contou a responsável sindical, lamentando que estas situações continuem a acontecer em pleno século XXI.

Para Fátima Carvalho, trata-se de uma situação “desumana” para com os trabalhadores, que foram a “riqueza da empresa” e que, agora, não tinham outra saída.

O correiodabeiraserra.com tentou chegar à fala com a administração da NVA, mas até ao momento as tentativas revelaram-se infrutíferas.

Fabriconfex: Trabalhadores querem saber qual o futuro da empresa até 11 de Fevereiro

Reunida esta tarde com os trabalhadores da Fabriconfex, Fátima Carvalho lamentou também a falta de comunicação da administração da empresa de Gavinhos de Baixo e, avisou que os 180 funcionários com contratos suspensos querem saber qual o futuro da empresa até ao dia 11 de Fevereiro.

“Os trabalhadores marcaram novo plenário para 11 de Fevereiro e mandataram o sindicato para enviar uma carta à administração, a informar que querem saber qual o futuro da empresa até lá”, disse a responsável sindical, avisando que os funcionários continuam a reclamar o pagamento do mês de Outubro e do décimo terceiro mês.

Fátima carvalho lamentou ainda a situação por que está a passar o grupo de 12 trabalhadores que foi chamado pela administração para fazer a colecção e que, ao fim de 12 dias, foi mandado para casa.

“As pessoas suspenderam o desemprego para virem para aqui trabalhar. Agora, voltaram para casa e não sabem o que lhes vai acontecer”, alertou a responsável sindical, sublinhando que os próprios trabalhadores dizem parecer “carne para canhão”.

Segundo adiantou Fátima Carvalho, os casos da Fabriconfex e da HBC estiveram em análise numa reunião realizada antes do Natal no Governo Civil de Coimbra, e onde estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal, um representante da associação empresarial da zona, a Segurança Social, o sindicato e o IAPMEI.

“A solução para as duas empresas assenta na possibilidade de se encontrarem parcerias e investidores que possam pegar nestas duas empresas, numa outra situação libertas do seu passivo”, desvendou Fátima Carvalho, contando que foi pedida uma reunião ao ministro da Economia “no sentido de se ver que tipo de apoios é que são possíveis para esta zona de mono-indústria”.

“Só estas duas empresas ascendem a 350 postos de trabalho”, lembrou a responsável sindical, considerando que a zona de Oliveira do Hospital está a passar por uma “calamidade”, já que tem “uma taxa de desemprego muito superior à média nacional”.

A situação por que estão a passar duas funcionárias da Fabriconfex afectadas com problemas de cancro de mama também preocupa Fátima Carvalho. Segundo a responsável, as várias juntas médicas por que passaram as duas funcionárias consideraram-nas aptas para trabalhar e a baixa familiar a que recorreram impede-as de aceder ao subsídio de desemprego, pelo facto de a mesma ter implicado a suspensão do período contributivo.

“Como é que, em pleno século XXI, pessoas que têm um diagnóstico de risco vêem recusada a reforma?”, questionou Fátima Carvalho, alertando para os “casos graves de silêncio que há por esse país fora”. “É a tal pobreza silenciosa e envergonhada”, verificou.

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