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Um luso-brasileiro descobridor de vinhos portugueses

Um luso-brasileiro descobridor de vinhos portugueses

Há um luso descendente que abraçou a missão de promover os produtos portugueses no Brasil, particularmente os vinhos. Trata-se de Raphael Sena Cardoso Evangelisti. Este jovem impressiona pelo amor que demonstra por Portugal e a força com que procura representar os produtos portugueses, principalmente o vinho no Brasil. Uma das suas primeiras apostas foi reabilitar os vinhos do Dão em terras de Vera Cruz. A título experimental colocou em Maio no mercado brasileiro 13200 garrafas da Adega de Silgueiros. Um número que, no seu entender, é demasiado reduzido. As suas expectativas apontam para 30 mil garrafas por ano. “Isto no mínimo dos mínimos”, sublinha Raphael Sena.

O seu objectivo, salienta, é dar novamente a conhecer um vinho que já teve um grande sucesso neste mercado. Não teme o desafio e diz mesmo que “comprou uma guerra boa”. “Acredito no potencial dos vinhos do Dão, pela sua qualidade, tendo por sua excelência o carácter e elegância. Além da qualidade do néctar que aqui nasce, estes locais sempre inspiraram poetas e escritores, uma paisagem mítica, contemplada pelos maciços da Serra da Estrela e do Caramulo, pelos verdes dos vales banhados pelos rios Vouga, Dão e Paiva. Além de ser o berço de uma das castas mais importantes de Portugal, a Touriga Nacional”, conta, referindo que actualmente existe uma ideia errada no Brasil sobre os vinhos do Dão. “Criou-se a ideia de um vinho com austeridade. Tudo por culpa da exportação de um lote do Dão muito carregado, desequilibrado e que manchou a imagem da marca. O Dão não é isso. Agora estou a trabalhar para reverter esse negativismo. Acredito que as pessoas quando experimentarem vão ficar rendidas à qualidade”, explica.

O primeiro lote que já está no Brasil, segundo Raphael Sena, está a causar algum impacto. “Está a ser introduzido em redes de mercados e restaurantes e está a surpreender pela diferença e qualidade”, refere, mas sublinha que a marca precisa de ser mais trabalhada em termos de marketing. “O Douro vende porque é um nome reconhecido. O Alentejo está presente de ponta a ponta do Brasil. É um vinho suave, macio, frutado. Muito agradável e com boa aceitação no mercado brasileiro. O Dão não tem esse reconhecimento. É um equivoco. Estamos a falar de um vinho com carácter e elegância. É um vinho que expressa alma. Tem potencial para conquistar o mercado. Só que a comissão vitícola do Dão tem de se impor no marketing e na comunicação. Tem de dizer: ‘Somos bons e estamos aqui para conquistar’. Este vinho nasceu para vencer”, frisa este embaixador da região pela UDACA (União das Adegas Cooperativas do Dão).

Neto de portugueses, com raízes em Silgueiros (Viseu) e de Vila Jusã (Mesão Frio – Vila Real), formado em Relações Internacionais e Sommelier (Escanção) de vinho, Raphael Sena Cardoso Evangelisti trabalha numa das maiores importadoras do Brasil, no grupo La Pastina / World Wine, os conhecimentos de Raphael Sena Cardoso Evangelisti sobre os vinhos portugueses vão muito além da Adega de Silgueiros. Conhece os vinhos de Norte a Sul, passando pelas ilhas. E o seu grande objectivo é “levantar a bandeira de todos os vinhos de Portugal, do Minho aos Açores”. Fala com conhecimento de cada região e sub-região, revela as particularidades das mais de 300 castas autóctones portuguesas e o comportamento das mesmas em cada micro terroir. Acredita que as características das tradições, dos costumes, da gente portuguesa se reflecte no vinho. “Essa particularidade é o ponto-chave para que os produtos portugueses conquistem os consumidores mundo a fora”, sublinha.

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