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Vereador do PSD acusa executivo de assinar acordos de cooperação que “só podem ser fictícios”

 

Está instalada a polémica em torno das cerimónias de assinatura de acordos de cooperação que a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital já realizou em quatro freguesias e que espera levar a efeito nas restantes 17 que integram o concelho.

Depois de ter assistido à iniciativa realizada, domingo, em Lagos da Beira, o antigo presidente da autarquia foi à última reunião pública da Câmara Municipal colocar em causa a legalidade dos acordos assinados publicamente e perante o olhar da população.

“Só podem ser fictícios, porque legais não são, já que têm que ser aprovados neste órgão”, acusou Mário Alves que, também criticou o facto de, só agora, “volvidos oito ou nove meses desde a atribuição de subsídios” se proceder à assinatura dos acordos.

O vereador eleito PSD na Câmara Municipal foi ainda mais longe, ao considerar que a cerimónia a que assistiu não passou de “uma ficção e encenação”, já que “se as obras vão ser realizadas pela Câmara”, Alves entende que não é necessária a assinatura de acordos.

“Se é assim, a Câmara realiza e ponto final”, frisou, considerando ainda que naquele ato público só faltou o “prior”.

Associando a iniciativa ao tipo de “política socrática que já findou em 5 de junho”, o antigo presidente oliveirense chegou a sugeriu ao seu sucessor para que, numa próxima iniciativa, “mande fazer bandeiras” para distribuir pelos “figurantes”.

Mário Alves comparou ainda o momento que se vive no concelho com a chegada tardia da notícia de implantação da República em Portugal a Oliveira do Hospital. “Tal como aconteceu com o feriado municipal, aqui as coisas chegam mais tarde, aqui o fim da política socrática ainda não chegou”, ironizou, ao mesmo tempo que solicitou, ao líder do executivo, fotocópia dos protocolos assinados com a Junta de Freguesia de Lagos da Beira e Associações.

“Os subsídios não foram cedidos de forma irregular”

Em resposta, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital garantiu a Mário Alves que os acordos, agora, assinados decorrem das exigências impostas à autarquia e que “os subsídios não foram cedidos de forma irregular”.

Segundo explicou, todos os acordos de cooperação foram previamente acordados em sede de executivo.

Em face das críticas lançadas pelo vereador do PSD, Alexandrino aconselhou o antigo presidente a não passar um atestado de figurantes às pessoas que lá estiveram e chegou a questionar o motivo pelo qual, o próprio, também marcou presença no evento.

“Eu já tinha dito que não alinhava nestes futebóis, mas fui lá ver para crer, fui ver o espétaculo”, respondeu de imediato Mário Alves.

O presidente do município explicou ainda que não se trata de uma festa, ou campanha política, mas antes de uma “cerimónia simples que pretende aproximar o cidadão do poder político”.

Remetendo para o programa com que se apresentou às últimas eleições autárquicas, Alexandrino lembrou que este tipo de “reuniões com a população” consta do leque compromissos.

“Se as regras do jogo financeiro se alterarem, gostaria de cumprir o meu programa na plenitude”, confessou, criticando ainda que Mário Alves “nunca tenha precisado de um programa de compromisso para se apresentar ao eleitorado”.

Entre uma continuada troca de galhardetes, Alexandrino esclareceu que ninguém é obrigado a participar nas cerimónias de acordos de cooperação, mas não deixou de apreciar o facto, de por onde já passou, ter verificado “muita gente a assistir”.

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