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Assembleia Municipal pretende ratificar destituição António Lopes que considera este acto mais uma ilegalidade

Em nome da verdade! Autor: António Lopes

Seguindo um modelo que parece ter virado norma, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital aproveita as reuniões do executivo para, à falta de propostas e soluções para a boa governação do Concelho, fazer propaganda e apoucar os adversários ausentes, que como tal, não lhe podem responder. São formas de estar que nos deixam saudade da política com ética que é o normal numa sociedade verdadeiramente democrática.

Como Joseph Goebbels, já que gosta de falar no regime de Hitler, o Senhor Presidente cultiva a máxima de que a mentira, se muitas vezes repetida, vira verdade. Para dizer que, mais uma vez, afirmou o Senhor Presidente, na última reunião de Câmara, ter herdado uma dívida de 7,5 milhões de euros do anterior executivo liderado por Mário Alves. É conhecida a animosidade e o corte de relações, que não por minha iniciativa, mantenho com o Professor Mário Alves, o que me liberta de qualquer suspeita de interesse ou favor para com o mesmo. Ontem como hoje, somos pelo rigor e pela verdade. E, em nome da verdade, tem que se reafirmar: a dívida deixada pelo executivo liderado por Mário Alves foi de 5 084 878,43 euros, como se pode comprovar na página 38, do relatório de gestão da apresentação de contas de 2014, aprovado na Assembleia Municipal do passado dia 29 de Abril.

Lamenta-se esta falta de rigor e o recurso sistemático à mentira, que começou a ser apanágio deste executivo, especialmente do Senhor Presidente da Câmara.

Em 6 de Agosto de 2013, em reunião de Câmara, na presença do Senhor Presidente, Mário Alves, fazendo um balanço do mandato que estava a findar, refutando a mesma afirmação do presidente da Câmara, no Boletim Municipal (ver páginas 1 a 11 da acta desse dia),deixou claro que o executivo liderado por José Carlos Alexandrino, encontrou 2 milhões disponíveis em banco (desde quando dinheiro em banco é dívida…?) e recebeu de obra feita e paga, pela anterior Câmara, o valor de 1 538 825,00 euros.

Também em abono da verdade, terá que dizer-se, que os dois milhões disponíveis para mobilizar, faziam parte de uma autorização de empréstimo aprovada na Assembleia Municipal de 21 de Setembro de 2007, no valor de cinco milhões de euros. É verdade que a não mobilização dos dois milhões custou a mais, em juros, os cerca de 250 mil euros de que fala o Senhor Presidente. As taxas subiram. Mas também podiam ter descido, pelo que é demagógica tal acusação. É verdade que havia compromissos assumidos para mobilizar esses dois milhões. Mas também é verdade que tal empréstimo foi autorizado por unanimidade pela Assembleia Municipal, com o voto favorável do então membro da AM, José Carlos Alexandrino. Qual é a ética de falar neste endividamento se foi aprovado pela Assembleia Municipal, o órgão máximo do Município, e por unanimidade? Não foi um endividamento para investir? A dívida deixada por Mário Alves, de facto, é sensivelmente este empréstimo, todo ele para obras.

No limite, e indo pela interpretação do Senhor Presidente da Câmara de que o dinheiro no banco estava comprometido, a presumível dívida, de facto, seriam 7 084 878,43 euros, a que terá que subtrair-se 1 538 825 00 euros, logo uma dívida liquida de 5 546 053 03 euros (cinco milhões quinhentos e quarenta e seis mil e cinquenta e três euros e três cêntimos). Esta é que foi a dívida, efectiva, deixada pelo executivo de Mário Alves, segundo os documentos apresentados e discutidos nas reuniões de Câmara e Assembleia Municipal lavrados nos documentos oficiais.

Se assim não é, desafio o Senhor Presidente da Câmara a desmentir-me, com documentos, obviamente, como o convido a desmentir-me nos números que tenho apresentado para a EXPOH, lavrados nas actas da Câmara Municipal de 30 de Outubro e 23 de Dezembro de 2014, assim como os custos do preço da água, esgotos e resíduos sólidos, de acordo também com a acta da Câmara Municipal de 5 de Fevereiro passado, e os números truncados ali apresentados, que não coincidem com a realidade e a verdade. Mário Alves tinha muitos defeitos, mas falta de rigor nas contas não era um deles. Como não o era também a falta de transparência que pulula neste executivo e que não temos coibido de denunciar.

Sugerimos mais trabalho, menos propaganda, mais rigor, menos ofensa, mais transparência, menos quezília.

Assembleia Municipal pretende ratificar destituição António Lopes que considera este acto mais uma ilegalidadeAutor: António Lopes

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