Home - Região - Oliveira do Hospital - “AGIR” continua a lutar pela sobrevivência

“AGIR” continua a lutar pela sobrevivência

“Ainda estamos a lutar e a Câmara Municipal está a fazer todos os esforços”, afirmou há instantes aos jornalistas a coordenadora do projecto AGIR, Ana Camacho, depois de fazer um “balanço muito positivo” dos três anos e meio de actividade do projecto.

Visivelmente emocionada por estar a assistir ao terminus do AGIR – “foi-nos dada informação pela Segurança Social de que o projecto ia acabar”, contou – a técnica de acção social destacou todo o trabalho realizado pela equipa que ainda lidera, junto de crianças e jovens, quer em ambiente familiar, quer escolar.

“Conseguimos mover o concelho e envolver as entidades, fossem elas públicas ou privadas, juntas de freguesia, IPSS, bombeiros e associações culturais”, relatou Camacho, satisfeita por o projecto ter conseguido “ganhar terreno”.

Quando dava por concluída a primeira de duas acções que assinalam a conclusão do projecto – a realização de um cordão humano no Largo Ribeiro do Amaral – Ana Camacho revelou ter ainda alguma esperança na continuidade do AGIR.

“Eu só corto as expectativas, quando tenho mesmo que as cortar”, sustentou, confessando que no decurso do AGIR não olhou para o facto de que o projecto tinha a duração de quatro anos. “Só neste mês de Abril é que percebemos que estava a acabar”, sublinhou, mostrando alguma satisfação por a Câmara Municipal estar a lutar pela continuidade do AGIR. “Sei que as entidades estão connosco e que a Câmara está a esgotar todos os recursos”, frisou.

“Se houver oportunidade para continuar, a equipa estará aqui com a mesma força e com a mesma garra”

A preparar a actividade que coloca um ponto final no AGIR – no próximo sábado, realiza-se um encontro de famílias nos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital – Ana Camacho recusou-se a considerar que as crianças e jovens do concelho vão ficar desprotegidas.

“Obviamente que irão sentir a nossa falta, mas há outras entidades a funcionar no concelho que têm um trabalho muito positivo”, referiu a técnica, aludindo também ao recém-criado Contrato Local de Desenvolvimento Social.

Ana Camacho não deixa, contudo, de sublinhar a “tristeza” que está a ser sentida pelas pessoas com quem a equipa ainda se encontra a trabalhar. “As pessoas começam a chorar e isso é para nós muito significativo”, referiu, garantindo que “se houver oportunidade para continuar, a equipa estará aqui com a mesma força e com a mesma garra”.

Actuando essencialmente na área escolar, a equipa técnica do AGIR teve a sua principal intervenção no domínio do abandono escolar e do absentismo. “Foi para nós gratificante que alunos retomassem a escola e concluíssem a escolaridade obrigatória”, frisou Ana Camacho, satisfeita por ter conhecimento de casos de alunos que chegaram a ingressar no ensino profissional.

Questionada sobre a existência de bullying nas escolas concelhias, Camacho referiu que o fenómeno “até pode existir, mas não com expressão acentuada”. Justificou a baixa incidência dos conflitos em ambiente escolar, com o trabalho de prevenção e no domínio das relações interpessoais desenvolvido pelo AGIR e também pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.

Nos três anos e meio de actividade – iniciou em Agosto de 2006 e termina dia 4 de Maio – o projecto realizou acompanhamento directo junto de 150 crianças e jovens do concelho. O AGIR contabiliza ainda 1900 intervenções em apoio directo nas escolas e nas famílias. Foram ainda acompanhadas 2055 crianças na área da Educação para a Saúde e, igual número, no domínio das relações interpessoais.

Para além deste acompanhamento, o AGIR realizou várias acções de sensibilização, com destaque para os conhecidos cocktails parties realizados em bares do concelho.

Na acção realizada ao início da tarde de hoje, no Largo Ribeiro do Amaral, o AGIR contou com a participação de crianças e idosos de várias Instituições Particulares de Solidariedade Social. “O concelho esteve todo representado”, referiu Ana Camacho. Ao longo do cordão humano que se formou na Praça dos Combatentes da Grande Guerra, crianças e idosos exibiram mensagens de agradecimento ao projecto AGIR. A iniciativa culminou com uma largada de balões.

LEIA TAMBÉM

Onda de calor pode levar “a quebra de 70 por cento na produção de fruta da região Centro”

O longo período de tempo previsto de altas temperaturas está a preocupar os produtores de …

Médicos continuam a abandonar Oliveira do Hospital: um já rescindiu e outro prepara-se para pedir transferência

Concelho oliveirense pode ficar em breve com cerca de 7,5 mil utentes sem médico de …