Embora haja a certeza de que os aumentos se vão concretizar em 2011, os municípios servidos pela concessionária Águas do Zêzere e Côa (AdZC) obtiveram, ontem, a garantia de que este ano não vai haver subida nas tarifas de água e saneamento.
Em Assembleia-Geral da empresa multimunicipal, de acordo com a edição de hoje do Jornal de Notícias, foi colocada a descoberto a difícil situação que se abate sobre a AdZC que apresenta um passivo de cerca de 200 milhões euros e que encontra na subida das tarifas um forma de reequilibrar financeiramente as contas da empresa.
A medida adiada para 2011 consta do plano que a AdZC definiu para inverter a situação e que vai ser enviado à ministra do Ambiente Dulce Pássaro. No documento, a concessionária inclui também um aumento de capital social de 13 milhões de euros, uma candidatura ao QREN de 54 milhões, o alargamento em mais 20 anos do prazo de concessão e um pedido de indemnização compensatória ao Estado de 12 milhões.
O “desequilíbrio económico-financeiro” da AdZC foi, ontem, assumido pelo presidente da concessionária, que disse não haver forma para impedir a subida das tarifas. Minoritários na Assembleia-Geral, os autarcas posicionaram-se antes em defesa da “tarifa única em Portugal”.
Para o presidente da Câmara Municipal de Guarda o ideal seria a existência de um fundo de compensação que permita que “os sistemas multimunicipais mais ‘ricos’ possam financiar as tarifas em sistemas mais pequenos e com menos escala”.
Do lado do Fundão, Manuel Frexes, ameaçou pedir a insolvência da AdZC, que diz estar “à beira do colapso”.
Recorde-se também que na última Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, o presidente da Câmara se opôs à subida das tarifas prevista pela AdZC. “Nós não iríamos permitir que eles aumentassem as tarifas”, considerou Alexandrino