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Aldeias de Montanha apelam às pessoas dos grandes centros que não se desloquem para o Interior

A Rede Aldeias de Montanha, na região Centro, apelou hoje às pessoas dos grandes centros urbanos que se abstenham de se deslocarem para o interior, face à pandemia de Covid-19. A organização justifica este pedido por esta região ser um território mais vulnerável, com muita gente envelhecida, logo de risco face a uma possível infecção. Um apelo que segundo algumas Juntas de Freguesia deveria ter sido realizado mais cedo.

“Neste momento já existem centenas de emigrantes e pessoas da cidade nestas encostas, porque há uma semana ninguém informou das consequências”, disse ao CBS um autarca, que preferiu o anonimato, lembrando que a União das Freguesias de Vila Cova de Alva e Anceriz, no concelho de Arganil, lançou esse apelo  logo no domingo, após ter verificado que havia muitos forasteiros. “As Câmaras e as outras Juntas, bem como estruturas como a ADIRAM há muito que deveriam ter feito esse apelo de forma assertiva”, revelou este autarca

Para a ADIRAM, liderada pelo vice-presidente da CM de Oliveira do Hospital Francisco Rolo, esta mensagem continua a ser muito  importante. “Estes são territórios envelhecidos, com mais pessoas vulneráveis e os hospitais e unidades de saúde estão ajustadas à realidade populacional do território. Um acréscimo de pessoas iria penalizar todos. Este apelo deve ser feito e deve ser respeitado pelas pessoas”, afirmou a coordenadora da Associação para o Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM), Célia Gonçalves, que junta aldeias de nove concelhos do distrito da Guarda, Castelo Branco e Coimbra.

Segundo esta responsável, ainda não se tem verificado uma mudança de pessoas dos centros urbanos para as aldeias da rede, mas, mesmo assim, a associação entendeu lançar o apelo “para precaver essas possíveis situações”.
Para Célia Gonçalves, “as pessoas com mais idade têm também dificuldade em perceber o surto, visto que já passaram por tantas dificuldades, e poderão desvalorizar”, criando ainda um risco maior. “Muitas delas continuam a fazer as suas actividades diárias, a ir à rua, aos campos, a passar pelo café da aldeia. Por isso, é mesmo importante que as pessoas dos grandes centros urbanos não se desloquem para as aldeias”, vincou, recordando que as respostas de saúde no interior “não estão dimensionadas para receber muito mais pessoas”, com a situação a poder agravar-se ainda mais caso haja casos de contágio.

De acordo com a coordenadora da ADIRAM, sediada em Seia, “haverá tempo para usufruir da tranquilidade destas aldeias”. Na sua página de Facebook, a rede lançou uma mensagem para as pessoas dos grandes centros urbanos: “Pense Alto. Evite deslocações às aldeias”. “Todos, sem excepção, serão sempre muito bem-vindos mas, neste cenário de pandemia, reiteramos que não é seguro fazerem-no”, referiu a associação, nas redes sociais.

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