O recandidato socialista à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital não deixou sem resposta as mais recentes declarações de Cristina Oliveira. Numa conferência que convocou para apresentar o seu programa eleitoral, Alexandrino acusou a candidatura do PSD de estar a criar um “facto político”, demonstrando “claramente que está de cabeça perdida”.
Depois de a candidata do PSD responder à polémica expressão sobre “pernas jeitosas e mini saia” acusando o seu adversário socialista de “baixa política” foi a vez de ontem, José Carlos Alexandrino retorquir e denunciar a vontade da candidatura social democrata de criar um “facto político”, a partir de uma frase que “foi dita em contexto político”. “Demonstra claramente que a candidatura do PSD está de cabeça perdida”, considerou o ainda presidente de Câmara e recandidato pelo PS ao cargo, informando publicamente não ter sido o autor da polémica expressão que, como assegurou, “foi dita por um elemento da Comissão Política do PSD numa reunião interna há uma semana”. “Esta frase foi dita à senhora candidata e, ela sabe, por um elemento da Comissão Política quando se discutiam o descalabro desta candidatura”, referiu.
Um caso que marca a última semana de campanha eleitoral autárquica e que Alexandrino teve necessidade de esclarecer porque garante ter “respeito por todas as mulheres”. “Exemplo disso é o número de mulheres que integram a candidatura e até o meu agregado familiar é constituído por mulheres e tenho saudade enorme de uma mulher que marcou a minha vida”, afirmou o rosto dos socialistas que, assegurando não estar disponível para voltar a dar resposta às “provocações” saídas da candidatura social democrata, não perdeu oportunidade para denunciar uma série de “incidentes” de que são protagonistas a CPS do PSD e a candidatura de Cristina Oliveira e situações de “favorecimentos pessoais”.
“A candidatura do PSD tem andado de incidente em incidente, provocação em provocação, de insulto em insulto até chegar a esta derrocada final”. Começou por considerar, recordando os “ataques caluniosos e injuriosos onde a minha honestidade foi posta várias vezes em causa” e em que a “Comissão Política do PSD, o seu presidente e outros disseram que eu era este e aquele”. Em concreto, Alexandrino recordou a reunião de Assembleia Municipal, onde “elementos da CPS do PSD” estiveram presentes tentando-a “transformar num circo com ações provocatórias”. “Onde estava a candidata quando a sua candidatura falava de adegas e insinuava que a minha candidatura era de alcoólicos?” questiona agora José Carlos Alexandrino que, do mesmo modo, pergunta onde estava a candidata quando se deu a extinção de freguesias, quando queriam acabar com a ESTGOH e quando o presidente do PSD chamou a atual equipa camarária de “seres menores”. “A candidatura do PSD tem incidentes”, insistiu Alexandrino que não escondendo uma situação que lhe foi reportada por um habitante do senhor da Almas em que Cristina Oliveira se terá, alegadamente, posicionado em frente ao outdoor socialista a fazer considerações sobre a figura do seu adversário.
Mais longe foi ainda o rosto dos socialistas ao denunciar alegadas “provocações” de que foi alvo por parte do marido da candidata “com gestos obscenos para eu perder a cabeça”. “Mantive-me sempre sereno, porque eles queriam criar incidente porque não têm tempo de antena porque não têm ideia para o concelho”, referiu.
Aos incidentes, José Carlos Alexandrino soma ainda os alegados casos de “favorecimento pessoal” que não hesita em denunciar. Em concreto, o socialista reportou o caso de uma professora da Lajeosa que integra a candidatura do PSD à União de Lagos e Lajeosa a quem lhe terão “arranjado” um curso de Turismo em Tábua para colmatar o horário zero a que teve direito numa escola de Oliveira. “Gostava de perguntar se isto é honestidade e se os outros professores todos que foram deslocados para centenas de quilómetros não devem ter as mesmas condições”, referiu o candidato que, apontando o dedo a um segundo caso que, alegadamente, envolve uma professora da Póvoa de S. Cosme e candidata pelo PSD à união de freguesia de Ervedal da Beira e Vila Franca, entende que “não pode haver oliveirenses de primeira e de segunda”. “Esta senhora (Cristina Oliveira) que exerce um cargo está metida nisto até ao pescoço e denunciaremos esta situação”, assegurou o socialista.
Ainda em resposta às recentes declarações de Cristina Oliveira e que também se reportavam à “infiltração” elementos do PS em comícios laranja com o objetivo de “boicote”, reportando –se em particular ao episódio, ocorrido no último domingo, na Bobadela com troca de insultos quando o tema era a extinção daquela freguesia, a candidatura de José Carlos Alexandrino não pensou duas vezes em tornar público o documento que faz prova de que aquela freguesia integrava o grupo de autarquias a extinguir pela UTRAT no concelho de Oliveira do Hospital. “O incidente da Bobadela aconteceu porque elementos do PSD nos chamaram de aldrabões, alegando que esse documento não existia”, explicou o candidato do PS à Assembleia Municipal que garante que, na altura, não foi dado grande alarido ao assunto com o objetivo de se proteger a freguesia. “Não acredito que eles não soubessem disso”, disse António Lopes compreendendo que “não lhes interesse fazer sobressair o nosso êxito”.
Sobre os outdoors vandalizados, Alexandrino lembra que também o outdoor móvel da sua candidatura foi alvo de vandalismo, mas explica que preferiu não reagir para, com isso, não criar um facto político. “Retirámo-lo e limpámo-lo”, referiu o candidato do PS que não hesitou em considerar que está “quase” certo de que o outdoor do PSD foi “vandalizado por eles, para criarem um facto político”.