O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital diz estar farto daquilo que classifica como insinuações sobre alegadas práticas menos lícitas dentro da autarquia e ontem durante a Assembleia Municipal acusou “alguns que falam em corrupção sabem muito sobre ela”. José Carlos Alexandrino adiantou que esses “fizeram fortuna através de cursos tirados numa universidade das ilhas”. As palavras foram entendidas, por muitos, como um ataque a António Lopes, que pediu por várias vezes para o autarca dizer o nome da pessoa a quem se referia. Mas não obteve resposta.
“Foi isso que me afastou de algumas pessoas. Se tivessem uma vida limpa como a minha, aceitava lições de moral, mas não têm. Têm muito em coisas ilícitas para me ensinar. Se alguns aqui se sentirem ofendidos por estas minhas palavras que apresentem queixa que eu terei muito gosto em ir prestar declarações e dizer aquilo que sei”, afirmou. Perante estas palavras, António Lopes pediu para fazer a defesa da honra, o que foi prontamente recusado por Rodrigues Gonçalves, alegando que o autarca não tinha referido qualquer nome.
“Pois, mas que o faça. Se é tão corajoso que diga o nome. Se tem coragem diga o nome. Fez aqui um assassinato de carácter. Isto não é nada”, desafiou António Lopes, alegando que só assim poderia apresentar a devida queixa no Ministério Público. José Carlos Alexandrino, já sentado na sua cadeira e perante a insistência de Lopes, limitou-se a retorquir que tinha “coragem para isso e muito mais”. Mas permaneceu sentado e não concretizou a quem se referia.
António Lopes lamentou que o autarca não tivesse a coragem de individualizar a acusação e atirou que a sua pessoa nunca teve a Polícia Judiciária à perna, como alguns. “Alguns. Agora também utilizo esse termo”, ironizou.