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São precisamente as duas freguesias localizadas nos extremos Norte e Sul do concelho que entre o último decénio censitário registaram maiores perdas populacionais.

Alvôco de Várzeas e Seixo da Beira lideram freguesias mais afectadas pela desertificação

Alvôco de Várzeas lidera as quebras, num cenário em que a sede de concelho regista um acréscimo de 880 habitantes. Estimativas do INE apontam para uma quebra global concelhia de 3,3 por cento.

Imagem vazia padrãoAlvôco de Várzeas, Seixo da Beira, Aldeia das Dez, Avô e São Gião são as freguesias do concelho de Oliveira do Hospital mais fustigadas pelo fenómeno da desertificação.

A constatação resulta da comparação entre os censos de 1991 e 2001, que permite ainda concluir que, a nível concelhio, se assistiu a um decréscimo populacional na ordem dos dois valores percentuais. A situação tende a agravar-se, já que tendo em conta as estimativas para 2007, o concelho assistiu nos últimos 16 anos a uma quebra de cerca de quatro por cento da sua população.

No dia em que se assinala o Dia Internacional contra a Desertificação, os mesmos dados acabam por ser favoráveis à freguesia sede de concelho que, no último decénio intercensitário (1991-2001), assistiu a um crescimento demográfico de 25 por cento, equivalente a 880 habitantes. Embora com índice mais reduzido, também aumentou o número de residentes nas freguesias de Bobadela (2), Santa Ovaia (1), Travanca de Lagos (122) e Vila Pouca da Beira (55).

Nas restantes 16 freguesias, assistiu-se ao cenário inverso com a freguesia localizada mais a sul a registar maiores perdas populacionais. Os dados do INE revelam que Alvôco de Várzeas foi afectada por uma quebra de 26 por cento passando de 491 habitantes em 1991 para 366 em 2001. A Sul, também não escaparam Aldeia das Dez, Avô e São Gião com quebras demográficas de 20,17 e 18 por cento, respectivamente.

Mas, do lado oposto do concelho, o cenário não é melhor. Imediatamente a seguir a Alvôco de Várzeas, surge a freguesia de Seixo da Beira que foi afectada por uma quebra populacional na ordem dos 22 por cento. Com uma perda de 232 habitantes, a freguesia localizada mais a Norte, mantinha à data de 2001 o estatuto de terceira maior freguesia do concelho, com um total de 1722 residentes (em 1991 contava 1954 habitantes), continuando a ser seguida por Lagares da Beira com 1503 habitantes e Travanca de Lagos com 1448, que também sofreram perdas de 62 e 122 residentes, respectivamente. Nogueira do Cravo continua a ser a segunda freguesia com maior índice demográfico.

Pese embora o acréscimo notado nas seis freguesias anteriormente citadas, a tendência é para a perda populacional, ditada pelo decréscimo da Taxa de Natalidade e ligeiro acréscimo da Taxa de Mortalidade, como adianta o relatório preliminar do Plano de Desenvolvimento do Município de Oliveira do Hospital. Estimativas do INE para 2007 também apontavam para o decréscimo da população concelhia que se traduz numa perda de (entre 1991 e 2007) 870 habitantes.

“A cidade não pode ser uma ameaça”

A agravar a situação está também o índice de envelhecimento. De acordo com aquele relatório, em 2006, o valor registado no município era de 148,3 por cento. O cenário degrada-se com índice de dependência de idosos que varia de freguesia para freguesia e é mais acentuado em Aldeia das Dez e mais ligeiro na Bobadela. Este indicador é, por isso, considerado como um constrangimento ao desenvolvimento e ao equilíbrio socioeconómico.

Os responsáveis pelo estudo encomendado pela autarquia falam até de “um cenário pouco positivo para o desenvolvimento do concelho”, pelo facto de os dados perspectivarem “uma progressiva redução da população activa e consequentemente uma incontornável incapacidade de renovação geracional”. Defendem, por isso, que se analisem as dinâmicas demográficas entre a sede e as restantes freguesias do concelho, para que “a cidade não se assuma como uma ameaça para os espaços envolventes”. O relatório sugere uma gestão “colaborativa e concertada com as freguesias”, para que as populações “escolham zonas rurais para residir, continuando a usufruir das comodidades oferecidas pela cidade”.

Liliana Lopes

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